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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Jesus Deus filho não! Jesus filho de Deus sim!


O unicismo vem sendo um tema muito discutido principalmente dentro das comunidades Judaicos Messiânicas. Será que Jesus é o próprio Deus encarnado, ou será Jesus um ser próprio e pessoal, o Filho de Deus? Os unicistas acreditam que Jesus é uma manifestação provisória e temporária de Deus e automaticamente não é um ser pessoal e distinto do Pai. Jesus, para eles na verdade é uma multiplicação do Eterno, ficando o Deus maior, e o Deus menor. Isto provisoriamente, por pouco tempo. Imagine uma laranja cortada em partes desiguais, uma maior representando o Pai e a outra menor representando o Filho. Este “unicismo” só se difere da trindade em números: 2 para 3 porque o princípio é o mesmo. Os trinitarianos acreditam em três manifestações de Deus “Pai - Filho-Espírito Santo”. Já os “unicistas” acreditam em apenas duas: Pai - Filho, sendo os dois apenas um! Porém, o verdadeiro unicismo, que é o da Torah, crê em apenas um Deus e que este tem um filho que é nosso Salvador e Ungido O Messias.
EIS AÍ ALGUNS DOS ARGUMENTOS “UNICISTAS”:
“Eu e o Pai somos um” João (Jo) 10:30
Nota: Este é o texto clássico tão usado para defender a tese de que Jesus seja o Pai.
Refutação: É só olhar o contexto para notar o verdadeiro sentido da frase:
“Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um. Os judeus pegaram então outra vez em pedras para apedrejá-lo... Disse-lhes Jesus: Muitas obras boas da parte de meu Pai vos tenho mostrado; por qual destas obras ides apedrejar-me? Responderam-lhe os judeus: Não é por nenhuma obra boa que vamos apedrejar-te, mas por blasfêmia; e porque, sendo tu homem, te fazes Deus . Tornou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei (Torah): Eu disse: Vós sois Deus? Se a lei chamou Deus àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada), àquele a quem o Pai separou, e enviou ao mundo, dizeis vós: Blasfemas; porque eu disse: Sou Filho de Deus?” Jesus trata rapidamente de consertar o mal entendido causado pela frase “Eu e o Pai somos um” afirmando não ser Deus, e sim seu Filho e continua a explicar o verdadeiro sentido de sua alegação:
“Mas se faço as obras de meu Pai, crede nas obras; para que entendais e saibais que o Pai está em mim e eu no Pai”
Esta expressão é totalmente diferente de: “Eu sou o Pai e o Pai sou Eu” como os unicistas querem entender e ninguém melhor do que o próprio Jesus para esclarecer o porquê d’Ele e o Pai serem um: É por causa das mesmas obras!
REPARE O QUE AFIRMA JESUS EM SUA ORAÇÃO SACERDOTAL:
“Eu vou para ti. Pai santo, guarda-os no teu nome, o qual me deste, para que eles, (os discípulos) sejam um, assim como nós” João 17:11:
Jesus ora para que eu e você sejamos um, assim como Ele e o Pai um são. Que tenhamos um mesmo caráter, um só pensamento, e as mesmas obras. Pela construção do texto afirmar que Jesus é um em número com Deus é o mesmo que afirmar que eu sou você.
PORQUE JESUS NÃO É UM COM DEUS EM NÚMERO?
Outra questão é o fato da Lei (Torah) somente validar o testemunho de no mínimo duas pessoas:
“Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu dás testemunho de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro. Respondeu-lhes Jesus: ... Ora, na vossa lei (Torah) está escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Sou eu que dou testemunho de mim mesmo, e o Pai que me enviou, também dá testemunho de mim” João (Jo) 8:13-18;
Jesus explicitamente faz referencias de que Ele é um ser próprio e distinto do Pai e são os dois que testemunham juntos para cumprirem a Tohah.
E QUAL FOI O TESTEMUNHO DE JOÃO “O BATISTA”?
“Eu mesmo vi e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus” João (Jo)1:34
E QUAL FOI O TESTEMUNHO DO CENTURIÃO?
“Ora, o centurião, que estava defronte dele, vendo-o assim expirar, disse: Verdadeiramente este homem era filho de Deus” Marcos 15:39
O QUE DIZ TER OUVIDO O MALFEITOR DO PRÓPRIO JESUS?
“Confiou em Deus, livre-o ele agora, se lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus” Mt 27:43
TAMBÉM NO LIVRO DE ENOQUE, QUE FOI ENCONTRADO JUNTO COM OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO EM QUM’RAM, TEMOS O TESTEMUNHO DO PROFETA ENOQUE:
“E naquela hora que o Filho do Homem foi NOMEADO NA PRESENÇA do Senhor das Hostes, e o SEU NOME PERANTE o Ancião de Dias. Sim, antes do sol e dos sinais serem criados, antes das estrelas dos céus terem sido feitas, O NOME DELE FOI NOMEADO PERANTE O Senhor das Hostes...E por esta razão Ele (Jesus) foi ESCOLHIDO e ESCONDIDO PERANTE Ele (O Pai). Antes da criação do mundo e para sempre." (1 Enoque 48:1-6)
Nota: Aqui esta claro que Jesus é um ser distinto do Pai. Pois Jesus foi 1º “Nomeado na presença ... e o Seu Nome perante”, 2º “Foi escolhido e escondido perante....”. Ou seja, Deus agradou exaltar seu filho que estava e que está junto (do lado) do Pai!
“Abram os seus olhos e ergam suas trombetas se vocês forem capazes de reconhecer O Eleito.” E o Senhor das Hostes O SENTOU NO TRONO do Seu Poder, e o Espírito da Justiça FOI DERRAMADO SOBRE ELE” (1 Enoque 61:1-3)
Nota: Mais uma vez Jesus é apresentado como um ser pessoal criado e exaltado pelo Pai:
1º)- “O Eleito” – Alguém com poder superior elegeu (escolheu) Jesus; deus o Pai; Compare com LC23:35
2º)- “O sentou no trono” – Jesus recebeu autoridade para julgar. Compare com MT 28:18,
3º)- “A unção foi derramado sobre Ele” Compare com LC 4:18.
“Pois do princípio o Filho do Homem foi ocultado, e o El-Elyon (Deus Altíssimo) O preservou na presença da Sua força, e O revelou aos eleitos." (1 Enoque 62:7)
“Este é o Filho do Homem que é nascido para justiça, e a justiça habita sobre Ele, e a justiça do Ancião de Dias não O abandona.” (1 Enoque 71:14)
“A sabedoria (Jesus) não encontrou lugar onde pudesse habitar; então uma morada lhe foi apontada nos Céus (Quem teria poder para apontar uma morada a Jesus senão o Pai). A sabedoria (Jesus) procedeu para fazer morada entre os filhos dos homens, e não encontrou habitação. A sabedoria retornou para o seu lugar, e tomou o seu assento entre os anjos” (2 Enoque 42:1,2)
“Naquele dia, o Meu Escolhido (Jesus escolhido do Pai) se assentará no trono da Glória e escolherá entre as suas obras, e as suas inúmeras habitações. E quando aqueles que invocaram o Meu Santo e Grandioso Nome virem o Meu Escolhido (Jesus), seus espíritos serão fortalecidos. E naquele dia farei o Meu Escolhido habitar entre eles” (2 Enoque 45:3,4)
“E lá eu vi Aquele que era Ancião de Dias (Deus), e sua cabeça era branca como a lã. E com Ele estava outro cuja face tinha a aparência de um homem (Jesus o Filho)” (2 Enoque 46:1,2)
Nota: Jesus foi tomado pela profecia de Enoque como “Outro na presença dEle” Como podem os “unicistas afirmarem serem o mesmo ser?
Bom, há muitos outros textos no Livro de Enoque relacionados ao Filho de Deus, mas por falta de espaço e por tentar ser mais objetivo não os colocarei. Qualquer interpretação literal destes textos não nos deixa sombra de dúvida concernente à posição de Jesus o Messias quanto Filho de Deus e não Deus Filho. Isto evidentemente não tira a suma importância do nosso Salvador e Redentor vindo de Deus o Pai.
 O LIVRO DA SABEDORIA DE SALOMÃO TAMBÉM DÁ O SEU TESTEMUNHO:
Livro da Sabedoria 2:13 ptª: “Ele (Jesus) professa ter conhecimento de Deus...” Compare com MT 11:27: “Ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho”;
Livro da Sabedoria 2:13 pt b: “...e chama a si mesmo de Filho de Deus”
Compare com Jo 10:30: “Àquele a quem o Pai separou, e enviou ao mundo, dizeis vós: Blasfemas; porque eu disse: Sou Filho de Deus?”
Livro da Sabedoria 2:16: “Ele chama de abençoado o destino do justo, e se gaba DE SER FILHO DE DEUS”
JESUS É DEUS?
Se Jesus é Deus, então como explicar o fato dele ter um Deus:
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” II COR 1:3
“Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? MT27:46
Se Jesus é Deus automaticamente é onisciente e consequentemente conhece o futuro. Porém veja o que afirma Jesus nosso Salvador:
“Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai.”
MAS COMO JESUS CONHECE TUDO SOBRE O FUTURO E NOS REVELA NO LIVRO DO APOCALIPSE?
“Revelação de Jesus o Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer” AP 1:1
SE JESUS FOSSE DEUS, NÃO PODERIA TER SIDO CRIADO:
“O qual (Jesus) é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” CL 11:15
“Pois a qual dos anjos (O Eterno) disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei?” Hb 1:5
“O Eterno me criou como a primeira das suas obras, o princípio dos seus feitos mais antigos. Desde a eternidade fui constituído, desde o princípio, antes de existir a terra. Antes de haver abismos, fui gerado,... antes dos outeiros eu nasci. Quando ele preparava os céus, aí estava eu... então eu estava ao seu lado como arquiteto”Pv 8:22
“Ele (Jesus) estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez’’ João 1:2,3
Nota: A expressão “Por intermédio dEle”, denota claramente que o Criador é Deus e que Jesus fora seu intermediário na criação, pois como o Verbo de Deus, Jesus fora seu porta voz legal.
TRÊS VERDADES AXIOMÁTICAS (IRREFUTÁVEIS) ENCONTRADAS NO TEXTO ABAIXO:
“Todo aquele que crê que Jesus é o Messias (Ungido), que é o nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou, ama também ao que dele é nascido (Jesus)” I João 5:1
1ª Verdade: Que Jesus é o Messias (Ungido); 2ª Verdade: Que Ele é o nascido de Deus; 3ª Verdade: Quem ama o que gerou, ama o que dele foi gerado!
“ANTES DE ABRAÃO EXISTIR EU SOU”
Este termo usado por Jesus IHIEH (pronuncia irrie) (Serei), traduzido comumente como Sou. Não indica que Jesus estava se declarando ser o Deus Ihieh Asheh Ihieh (Serei o que Serei), e sim, como o primogênito da criação, antes de Abraão existir Ele Era (IHIEH), existia!
SE JESUS É DE FATO DEUS ELE DEVERIA ESTAR NO TOPO, POIS SERIA O EL’ ELION (DEUS ALTÍSSIMO). AÍ SURGE O PROBLEMA HIERÁRQUICO:
“Vou, e voltarei a vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai ; porque o Pai é maior do que eu... mas, assim como o Pai me ordenou, assim mesmo faço, para que o mundo saiba que eu amo Deus o Pai” João 14:28-31
“Quero, porém, que saibais que o Messias é a cabeça de todo homem, o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça do Messias (Jesus)” I COR 11:3
“Eu (Daniel) estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem (Jesus); e dirigiu-se ao ancião de dias (Deus), e foi apresentado diante dele. E foi-lhe dado (O Eterno deu a Jesus) domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído” DN 7:13,14
O QUE DISSE JESUS SOBRE O ASSUNTO?
“E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra” Mt 28:18
COM QUEM DEVE SER NOSSA COMUNHÃO?
“Isso vos anunciamos, para que vós também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai , e com seu Filho Jesus o Cristo” I João (Jo)1;3
A LINGUAGEM DA SERPENTE:
“Esse mesmo é o anti- Messias, esse que nega o Pai e o Filho... Portanto, o que desde o princípio ouvistes, permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também vós permanecereis no Filho e no Pai... Estas coisas vos escrevo a respeito daqueles que vos querem enganar” II João 2:22-26
Não temos um único mandamento para que confessemos ser Jesus Deus como condição para salvação, pelo contrário, o mandamento condicional para salvação é este:
“Ora, o seu mandamento é este, que creiamos no nome de seu Filho Jesus o Cristo” I João 3:23
“Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus” I João 4:15
“Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” I João 5:5
SE JESUS É DE FATO DEUS, JOÃO JAMAIS PODERIA TER FEITO ESTA AFIRMAÇÃO:
“Ninguém jamais viu a Deus” I João 4:12
A QUESTÃO DA NOIVA ISRAEL
Os “unicistas” afirmam corretamente que Israel se casará com Deus: “E desposar-te-ei comigo para sempre; sim, desposar-te-ei comigo em justiça” (Os) 2:19. Também afirmam corretamente que Jesus se casará com Israel:
“E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das sete últimas pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro” (Ap) 21:9
Bom, a conclusão óbvia que se chega é: Se existe apenas um Israel e se Jesus não é Deus, então, segundo os “Unicistas,” Jesus adultera usurpando a noiva de seu Pai! O Unicista Sha’ul Bentsion chega até a citar (Dt) 27:20:
“Maldito aquele que se deitar com a mulher de seu pai, porquanto levantou a cobertura de seu pai. E todo o povo dirá: Amém”
REFUTAÇÃO:
1º) O que Sha’ul se esqueceu, é que se trata de uma simbologia. Nem Jesus, nem Deus deitar-se-ão com Israel no sentido exposto em (DT) 27:20. O texto evidentemente trata-se de relações sexuais. É frustrante ver uma pessoa admirável e com uma capacidade intelectual como a de Sha’ul Bentsion dizer uma barbaridade dessas apenas para defender uma opinião.
2º) Outro fator considerável é que Deus casa-se com Israel através de seu Filho O Messias, quando este paga o preço do dote com seu próprio sangue. Também não devemos nos esquecer que tudo quanto o Pai tem, tem também o Filho:
“Ele me exaltará, porque receberá do que é meu, (O Israel salvo) e eu o anunciarei. Tudo quanto o Pai tem é meu (O Israel salvo); por isso eu vos disse que ele, recebendo do que é meu, vo-lo anunciará” João (Jo) 16:14,15
Nota: O que Deus Pai receberá de Jesus são todos os crentes salvos enxertados na oliveira que é Israel. Depois Jesus afirma que “Tudo quanto o Pai tem é meu” A noiva de Deus, Israel, também é de Jesus. Se assim não fora o nosso Redentor não poderia ter feito tal alegação:
“Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai” (Jo) 10:29
“E eis que vinha com as nuvens do céu um como filho do homem (Jesus); e dirigiu-se ao ancião de dias (Deus), e foi apresentado diante dele. E foi-lhe dado (O Eterno deu a Jesus) domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem” DN 7:13,14.
APESAR DE DELEGAR TANTO PODER A JESUS, DEUS CONTINUA A SER MAIOR NO TRONO:
“Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos” (Jo) 10:29. “Porque o Pai (Deus) é maior do que eu.” João 14:28-31
JESUS UMA VEZ INTERMEDIÁRIO, AINDA INTERMEDIÁRIO:
“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo o justo” (1Jo) 2:5
CONCLUSÃO:
Bom, aprendemos neste estudo que o anticristo (Messias) é o que nega o Pai e o Filho (II João 2:22-26); Aprendemos que a nossa comunhão deve ser com o Pai e o Filho (I João 1;3); Que o seu mandamento é para que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo (I João 3:23); Quem confessar ser Jesus o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus (I João 4:15); Que ninguém jamais viu a Deus (I João 4:12) e que o vencedor do mundo, é senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus (I João 5:5).
( Obs: Gostaria de deixar claro que mencionei o livro de Enoque e Sabedoria de Salomão nesse estudo apenas para corroborar com meu estudo e não como regra de fé e pratica, pois bem sei que esses livros são apócrifos. Mencionei apenas como fonte de pesquisa para confrontar com alguns textos e para refutar algumas teses em relação a Jesus pelos trinitarianos e unicistas.Deixo também para que possam conhecer, pesquisar e tirar suas próprias conclusões. REPITO NÃO USO COMO FONTE DE REGRA , APENAS COMO FONTE DE PESQUISA E CONHECIMENTO. Judas 14 cita também o livro de Enoque.)



sábado, 19 de setembro de 2015

Lei de Talião

A LEI DE TALIÃO - "Olho por olho, dente por dente..."
1. Consideração inicial
Ex 21.23-25 - Mas, se houver prejuízo grave, então, darás vida por vida, 24 olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, 25 queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe.
Muitos ao pensarem em Torah, ou Lei do Eterno, quase que de uma forma automática pensam neste mandamento de Ex 21,24 "Olho por olho e dente por dente".
Este pensamento tem um caráter pesado, e muito agressivo, trazendo a imagem de que a Lei realmente não pode ser vivida hoje, pois há uma imagem de algo muita "maldade" tirar os olhos de alguém se alguém ferir meus olhos, ou matar alguém se este matou, parece que não há amor nisto.
Mas precisamos compreender o seu princípio, o qual é muito simples, justo e cheio de bondade.
2. Lei de Indenização justa e com equidade
Esta Lei é conhecida como a Lei de Talião, é uma lei de indenização , ou seja, quando houver prejuízo, a indenização ao prejudicado deve ser justa, dentro de um julgamento justo, e poderemos perceber nos versos seguintes que nem sempre haverá literalmente o "dente por dente" , por exemplo, o escravo ferido no dente e incapacitado de trabalhar, recebe a alforria, mas o dente do senhor não é tirado .E em outros casos há a possibilidade de fiança.
Ex 21.28 -E, se com violência fizer cair um dente do seu escravo ou da sua escrava, deixá-lo-á ir forro pelo seu dente.
Ex 21.29,30 - Mas, se o boi, dantes, era dado a chifrar, e o seu dono era disso conhecedor e não o prendeu, e o boi matar homem ou mulher, o boi será apedrejado, e também será morto o seu dono. 30 Se lhe for exigido RESGATE (fiança), dará, então, como resgate da sua vida tudo o que lhe for exigido.
Portanto, quando está escrito " olho por olho e dente por dente", não está estabelecendo uma LITERALIDADE, mas é uma alegoria que expressa a justiça com equidade na indenização, caso haja algum prejuízo.Seria como muitas vezes se ouve em certas conversas, ou seja, em alguns diálogos em nosso dia à dia, ouvimos a expressão “ assim como dois mais dois é igual a quatro”, esse tipo de expressão não é literal, mas é usada para expressar uma “certeza e convicção” em relação à algum fato.
3. Justiça e equidade para ambos os lados envolvido
Bom, na Lei de Talião não há rigor demais e nem de menos, mas há equidade na indenização, para que ambos envolvidos recebam a justiça no caso, para que aquele quem causou o dano não receba grande rigor na pena e seja apenas visto com extrema maldade, mas indenize dentro de um julgamento justo.
Geralmente, a justiça própria do homem não consegue julgar com equidade, mas olha somente com rigor para quem causou o dano, e estabelece uma sentença RIGOROSA SEM MISERICÓRDIA.
Por exemplo, quando vemos a notícia de algum assassinato, automaticamente desejamos que tal "assassino" também morra e da pior maneira possível, mas não buscamos julgar com equidade o caso, e saber o que estava por traz do ato de tal pessoa.
Dentro da Lei de Talião, tal pessoa deverá pagar sim por seu ato, e prover uma indenização ao prejudicado, mas isto dentro de uma justiça com equidade, e não dentro da justiça própria do homem.
Portanto, a Lei de Talião estabelece os limites do julgamento em caso de indenizações.
4. Justiça cega e sem duas medidas na Balança.
E no estabelecimento da indenização, não pode haver piedade, no sentido de favorecer alguém levando em consideração o grau de amizade ou parentesco da pessoa que causou o dano. É preciso estar como que cego para não ver a pessoa que está como réu. Também vemos esta imagem da Justiça comumente representada em uma mulher com os olhos vendados e com uma balança nas mãos, e nesta balança não pode haver dois pesos e nem duas medidas, mas deve haver EQUIDADE.
Prov 20:10  Dois pesos e duas medidas, uns e outras são abomináveis ao Senhor.
5. Jesus e a Lei de Talião
Jesus em certa ocasião ao falar da Lei (Torá) , Ele fala também sobre esta Lei de Talião. Vejamos:
Mt 5.38 -42 -Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. 39 Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; 40 e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. 41 Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas. 42 Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes.
E no relato de Lucas há alguns acréscimos que nos ajudam a compreender melhor as palavras de Jesus, ou melhor, nos faz perceber com mais clareza a sua compreensão a cerca deste mandamento, o qual não deixou de existir.
Lc 6.27-31 - Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; 28 bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam. 29 Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica; 30 dá a todo o que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres em demanda. 31 Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.
6. Lei de Talião ou tradição oral.
Bom, o primeiro ponto importante a se compreender nas palavras de Jesus, é que dentro do contexto hebraico e judaico, Ele estava falando da “compreensão”, ou seja, como os antigos disseram como se deveria caminhar neste mandamento, e isto também pode ser considerado como uma “tradição oral” a cerca da Lei de Talião (olho por olho e dente por dente). Repare que Jesus diz: “Ouvistes que foi DITO:...”, ou seja, Jesus não está falando do mandamento ESCRITO, mas está falando daquilo que foi FALADO, e isto indica a tradição oral transmitida pelo antigos a cerca do mandamento.
Então, Jesus diz: “Eu, porém, vos DIGO”, e ao fazer isto, Ele está trazendo uma nova compreensão, adequando o mandamento à situação dos discípulos, colocando dentro de uma sociedade regida pelo império romano, onde haviam soldados que maltratavam.
7. Lei de Talião e a vingança
Portanto, Jesus não está mudando ou anulando o mandamento, mas contextualizando. Os antigos trouxeram este mandamento colocando-o dentro de um contexto de vingança, ou seja, “quando alguém te fizer mal, faça da mesma forma”, e infelizmente este é o pensamento que a maioria ainda possui ao ler “ olho por olho e dente por dente”.
Bom, tudo indica que realmente estava havendo vingança por parte dos judeus em relação aos soldados romanos que os maltratavam., pois eram os soldados que batiam na face, e forçavam a caminhar e a carregar coisas. Jesus declara que não era para usar a Lei “olho por olho e dente por dente” como desculpa para ser vingativo, pois a vingança é injusta, é maquinada, é feita as escondidas. A vingança é feita pelas costas.
E por isto Jesus diz:
“Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica; 30 dá a todo o que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres em demanda. 31 Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.”
Creio que Jesus está trazendo a ação para a luz, ou seja, não aja pelas costas, quando alguém te ferir a face não vire as costas, não seja passivo, mas ofereça a outra, ou seja, aja pela frente, e não segundo a sua própria justiça e sabedoria.
Outro ponto que entendo, é que o conteúdo do ensinamento de Jesus está nos alertando para não sermos vingativos negando ajuda àquele que nos maltratou (no contexto deles, os soldados romanos).
Vejamos um exemplo : “Se quem me fez mal está caído no chão precisando de ajuda, não devo atravessar a rua, mas ajudar a quem precisa, mesmo que este seja aquele quem me fez mal.Não sejamos vingativo”
E isto está dentro daquilo que Paulo também disse a carta aos Romanos:
Rm 12.17-21 - Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens;18 se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens;19 não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira(do Eterno); porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor . 20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça.21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.
8. Princípio e trazido por Jesus
Este é o princípio trazido por Jesus a respeito da Lei de Talião :
Mt 5.42 – Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes.
Lc 6.31 - Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.
NÃO SEJA VINGATIVO !
9. Consideração final
Bom, percebemos que a Lei de Talião, é uma Lei que expressa o caráter Justo do Eterno, e que sua Justiça é feita com Equidade, e não dentro de um rigor punitivo. Esta é a maneira que o Eterno nos julga, Ele age com equidade em nossas vidas, Ele não vê apenas os atos, ele vê as intenções, as motivações e aquilo que conduziu a tal ação.
A Lei de Talião não deve ser vista como algo ruim e pesado, mas a expressão “olho por olho e dente por dente” , é uma alegoria que expressa a justa indenização, beneficiando os envolvidos, tanto quem causou o dano, quanto o prejudicado.
A Lei de Talião não deve ser vista como VINGANÇA.
A Lei de Talião está sobre a base do exercício da Lei, a qual é:
Tzedakah (justiça–equidade) e Mishpat (direito), exercidos sobre a Chessed (bondade) e Emet (Verdade).
Que possamos viver este mandamento, não sendo vingativo e restituindo COM EQUIDADE ( TZEDAKAH) os danos Àqueles a que prejudicamos.
Mas se faz importante compreendermos a Equidade na indenização, pois podemos cair no extremo, achando que agora precisamos restituir tudo, fazer tudo, ser “bonzinho” e dar tudo o que temos, tanto emocionalmente quanto materialmente, para assim compensar uma culpa interna.
A INDENIZAÇÃO  E RESTITUIÇÃO É FEITA COM EQUIDADE, e não com a motivação de compensar uma culpa interna por ter causado dano à alguém.

domingo, 13 de setembro de 2015

A Lei foi abolida?

Essa é uma pergunta que muito se fazem, e isto devido a um sofisma que foi adquirido durante os anos, o qual é que Lei foi abolida .Por uma falta de compreensão do texto no seu contexto original hebraico, entendeu-se que hoje é somente válida a Graça e não a Lei. Mas antes de entrarmos exatamente no temos do estudo. Creio que é importante entendermos que a Lei do Eterno, ou seja, a Sua Instrução e Suas Leis , as quais foram reveladas e escritas por intermédio de Moisés, também se expressam e podem ser observadas na criação e na física, sendo estas as Leis irrevogáveis e fixas ( הקח chuqqah).Leis que não podem ser revogadas e que existem independente da crença.Jesus usa bastante estas leis fixas em suas palavras, quando Ele fala da lei da semeadura, por exemplo, e também quando Ele diz " observai as aves do céu e os lírios do campo".Essas são leis irrevogáveis do Eterno expressas na criação para toda a humanidade. Bom, As escrituras dizem que Jesus não veio abolir a Lei e os Profetas, mas cumpri-la(“pleroo” que vem de “pleres” que é “inteiro, completo”),portanto Jesus veio trazer o sentido completo, pleno.(Mt 5.17). É interessante fazer uma observação aqui a respeito desta frase de Jesus. Jesus veio abolir os “dogmas” que são mandamentos de homens sobre os mandamentos de Eterno. Em Efésios 2.15, nos fala que havia uma parede de inimizade que separava os gentios e os judeus, as vezes há uma interpretação errada deste texto dizendo que Cristo veio abolir a Lei, mas o que na verdade Paulo está dizendo é que Jesus veio derrubar esta parede abolindo os mandamentos expressos em ordenanças, a palavra usada para ordenanças neste verso é “dogma”, ou seja, Cristo veio para derrubar aquilo que os homens colocaram e que não eram mandamentos de D-us.E na época eles literalmente colocaram um muro no templo que impedia dos gentios também participarem.
Paulo também fala em Rm 8.3 que Cristo veio tirar a enfermidade da Lei, o que estava debilitado e não a Lei em si.Uma outra passagem interessante é quando fala que Cristo riscou a divida que era contra nós e que constava de DOGMAS, cravando-a na Cruz.
“tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças (DOGMAS), o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz;(Cl 2.14)”
Portanto Jesus não aboliu a Lei e os Profetas, mas sim os dogmas.
Outro texto muito usado para justificar o pensamento de abolição da Lei é:
Mat 11:13 Porque todos os Profetas e a Lei profetizaram ATÉ João.
Este é um texto erroneamente traduzido, neste texto temos traduzido " até João ", dando a ideia de que a Lei e os Profetas foram válidos até João, e depois de João já não vale mais. Isto é um equívoco e deu margem para a teologia da dispensação, ou seja, até João é a dispensação da Lei, e em Jesus inicia a dispensação da Graça.
Porém no texto em hebraico não é isso o que está escrito:
No manuscrito hebraico " shem tov" de Mateus, neste texto está a expressão "al Yohanan", que significa " acerca, sobre, a respeito de João", e não " od Yohanan", que é "até João".
Portanto temos Mt 11.13 assim:
"Porque todos os Profetas e a Lei profetizaram SOBRE João."4
Desta forma se desfaz o engano da dispensação, e o pensamento de que a Lei e os Profetas acabam em João.
Tudo o que os apóstolos ensinaram foi baseado na Lei, na Lei e nos Profetas, eles mesmos eram cumpridores da Lei.Paulo por exemplo, em certa ocasião chega a Jerusalém e é acusado de pregar para que o judeus não guardem mais a lei.mas Paulo não ensinou isso e em confirmação disto ele faz um ato com 4 homens que fizeram voto. E Ele mesmo era obediente a lei At 21.24. (At 21,20-25).Paulo serve ao D’us dos patriarcas.
Segundo Paulo em Rm 3.20 e 7, a Lei mostra o pecado para que possa haver graça.A lei mantém na graça. Paulo ainda fala que a lei não é anulada pela fé(Rm 3.31) e que a lei é boa(Rm 7.12).(ver também a Lei da Liberdade Tg 1.25 / Ex 32.15 )
Algo interessante de se observar também é que a palavra Torah deriva de Yarah que quer dizer “ensinar, instruir e apontar o alvo”. Nisto vemos uma semelhança do ponto de vista antônimo à palavra pecado (chata’ / harmatano) que significa errar o alvo.Portanto a Lei aponta o alvo enquanto o pecado desvia do alvo. As escrituras falam em Rm 10.4 que o FIM da lei é Cristo, esta expressão é “ telos nomos”. “tello” significa “ objetivo, ponto definitivo”.Portanto a Lei aponta para o Messias, enquanto a transgressão da Lei nos afasta do Messias.
Outra coisa digna de atenção que a Torá תורה tem uma raíz תור “ Tur” que significa “examinar, espionar, procurar, esquadrinhar”. Entendemos assim que a Lei é para ser examinada, procurada. A Lei não é apenas lei, mas instrução do Senhor a respeito de uma conduta de vida. Há mandamentos para crianças, adultos, homens e mulheres, judeus e gentios e os universais. Na Lei estão contidos mandamentos relacionados a todas as áreas da vida humana.Resumidamente há:
Leis morais – os 10 mandamentos são um exemplo de leis morais e são para toda a humanidade.
Jesus trouxe um sentido mais completo e profundo.
Leis cerimoniais – relacionadas aos sacrifícios, ao sacerdócio levítico e ao templo.
a) sacrifício pela culpa –(chatat) quando houve a intenção de pecar.(mudado pelo sacrifício de Jesus)
b)sacrifício pelo delito ou sacrilégio – (asham) quando não houve a intenção de.pecar.(mudado pelo sacrifício de Jesus).
c)oferta pacífica – (shlamim)feita com a intenção de ação de graças,Objetivo de restabelecer a aliança com D’us, para estabelecer um pacto de paz. (Lv2)
d) Manjares – (kórban minchá) relacionada a louvor e ação de graças.A oferta era flor de farinha, azeite e incenso colocados sobre o altar.A palavra korbán deriva de duas raízes – karov (aproximar-se, trazer para perto) e kerev ( que vem do interior). Portanto a oferta deve nos aproximar Dele e deve ser algo que vem do nosso interior. (ver Lv 2)
Lei - Dor
Graça - Remédio
TORAH
Deriva de yarah
Ensinar
Instruir
Apontar o alvo
Errar o alvo
PECADO
חטא chata’ αμαρτανω hamartano 
Leis éticas – coisas práticas do cotidiano como beber, comer, vestir.
Leis circunstanciais- dadas para o momento da travessia no deserto.(ex: guardar o maná, disposição das tribos, algumas de higienização...)
Certo dia vi uma propaganda com o tema “ se beber não dirija”, algo que me chamou a atenção é após falarem “se beber não dirija” , eles falam também “ viver é a lei”.Acho muito coerente com esse assunto que se refere a Lei do Senhor, pois esta frase “ viver é a lei” é o mesmo princípio da Lei. A preservação da vida é o foco de toda a lei é para que bem nos vá. Segundo rabinos baseados em Lv 18.5(“Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o SENHOR.”),a lei pode ser transgredida para preservar uma vida , só não pode, ou seja a pessoa deve se deixar ser morta ao invés de transgredir o mandamento em três casos: assassinato, idolatria e relações proibidas.Isso se chama de “yehareg ve'al ya'avor יהרג ואל יעבור ”( Deixe-o ser morto ao invés de transgredir).
Mas precisamos compreender que essas leis contém princípios para o nosso modo de vida diário que restauram a nossa alma (Sl 19.7).Lógico que o estrangeiro não é obrigado a guardar leis especificas para um habitante judeu, da mesma forma que uma criança não guarda o mandamento para um adulto e alguém que cuida de bois não guarda o mandamento para um agricultor, o quando o estrangeiro deixa de estrangeiro fazendo parte do mesmo povo, automaticamente faz parte da mesma constituição.Mas enfim, há princípios para todos.
Algo interessante que li a respeito de Mt 5.19 é que parece haver uma hierarquia, uma qualificação no reino dos céus ao que diz respeito à obediência e o ensinamento dos mandamentos.E aqui vemos algo lógico, pois tratando –se do Reino do Senhor presente(e não o vindouro), em nossos dias,se vivemos os seus mandamentos, os quais são para qualidade de vida, ou seja , é para o viver, então, eu assim vivo de uma forma que alcanço uma qualificação na vida vivendo as qualidade do Seu Reino hoje.E notemos também que em João, Jesus nos diz que aquele que o ama guarda os seus mandamentos, e que assim faz permanece no seu amor.Portanto o meu guardar os mandamentos é uma demonstração do meu amor a Ele. O que quero dizer com tudo isso é que durante anos fomos nos afastando das instruções e padrões estabelecidos pelo Senhor, fomos nos afastando das raízes da Igreja, da verdade das escrituras e assim fomos adquirindo um conceito grego e romano.
Falo das Escrituras como um todo, pois erramos por não conhecermos as escrituras nem o poder de D'us.
Precisamos voltar a lermos e estudarmos a Palavra do Senhor no contexto a qual ela foi escrita e não lermos de acordo com um pensamento filosófico grego- romano.Assim compreenderemos mais as palavras Jesus e apóstolos.
Paulo instrui a Timóteo a observar as escrituras, pois ela é inspirada por D-us e apta para todos os aspectos da vida.
Toda a Escritura é inspirada por D-us e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 2 Tm 3.16)
A Lei se correlaciona com o crescimento espiritual do crente em Jesus.
1) Bereshit (gênesis ) – No Principio
- Temos a criação do Universo e do homem
- Representação do novo nascimento, o ínicio.
2) Shemot (Êxodo) - Nomes
- Tema central é ser livre e ser liberto do pecado e do peso que carregávamos no Egito.Onde é
necessário disciplinar a mente conforme a mente de Cristo.
3)Vayicrá (Levítico) – E Ele chamou
- Aqui entendemos que somos libertos para servir como sacerdotes como uma nação sacerdotal.
4)Bemidbar – Números – No deserto
- Tempo de aperfeiçoamento, relacionado ao serviço e a conduta (caráter e estilo de vida)
5)Devarim – Deuteronômio – Palavras
- tempo de recapitular, lutar, conquistar, vencer, tomar a herança e usufruir do reino.
Bom, basicamente seria essa a relação com nossa caminhada com o Senhor.
Observância legalista dos mandamentos da Lei. A palavra grega “nomos”, que em geral significa “lei” é a palavra normalmente utilizada no Novo Testamento para o hebraico Torá, em geral traduzida para “Lei de Moisés” ou simplesmente “Lei”. Em função disso, a maioria dos cristãos pensa que “erga nomou”, literalmente “obras da lei”, um termo que aparece três vezes no v. 16,
deve significar “atos feitos em obediência a Lei”. Isso, no entanto, é um erro. Um dos mais bem guardados segredos do Novo Testamento é que quando Paulo escreve “nomos” muitas vezes não quer dizer “lei”, mas “legalismo”. Para que minha defesa dessa interpretação não se pareça um tanto apelativa, defenderei o meu ponto de vista citando dois notáveis eruditos cristãos gentios. C. E. B Cranfield, em seu comentário do livro de Romanos, escreveu:
“(...) será bom manter em mente o fato (o qual até onde sabemos, não recebera a devida atenção até ser notado no [artigo de Cranfield] Scottish Journal of Theology, Vol. 17, 1964, p. 55) que a língua grega nos dias de Paulo não possuía nenhum grupo de palavras que correspondesse aos nossos termos ‘legalismo’, ‘legalista’ e ‘legalístico’. Isso significa que faltava a Paulo uma terminologia adequada que pudesse expressar essa distinção fundamental, o que dificultou seriamente a exposição da perspectiva cristã quanto à lei. Diante disso, deveríamos sempre, assim pensamos, estar prontos a considerar a possibilidade de que as declarações paulinas, que a primeira vista parecem depreciar a lei, foram na verdade dirigidas não contra a própria lei,
1 Dr. Stern inclui um Mestre em Divindade grau de Seminário Teológico Fuller, Trabalho de graduação na Universidade do judaísmo (agora American Jewish University), E um Ph.D. em Economia Princeton University. Ele ensinou o primeiro curso em 'judaísmo e o cristianismo "no Seminário Teológico Fuller e em UCLA Ele era um professor. entretanto contra uma interpretação errônea e um uso equivocado da lei, para o que agora possuímos uma terminologia adequada. Paulo foi pioneiro quanto a esta difícil questão. Se fizermos a devida correção neste caso, não seremos confundidos ou enganados com tanta facilidade por certa falta de precisão nas declarações que por vezes encontraremos.” (C. E. B. Cranfield, The International Critical Commentary, Romans, [O comentário crítico internacional, Romanos] 1979, p. 853). Cranfield está certo, exceto quanto à sua especulação acerca de ser o primeiro. Quarenta e três anos antes, Ernest De Witt Burton, em seu clássico comentário de Gálatas, também deixou claro que no versículo em questão “nomos” significa “legalismo” e não a Torá divina:
“Nomou é utilizada de modo claro aqui (...) em seu sentido “legalístico”, indicando a lei divina apenas como um sistema puramente legalista que se constitui de obrigações e funciona na base da obediência ou desobediência, diante do qual o homem é aprovado ou condenado em função de sua dívida e desprovido de qualquer graça. Isso é a lei divina conforme definida por um legalista. No entendimento do apóstolo, essa noção só tem validade na medida em que se constitui em um dos elementos da lei divina, separado de todos os demais elementos e aspectos que constituem a totalidade da sua revelação. Ao se fazer essa separação, a vontade de Deus e a sua verdadeira atitude para com o homem são distorcidas. Por erga nomou Paulo quer dizer atos de obediência para com leis formais executados em um espírito legalista, na expectativa de conseguir com isso merecer e garantir a aprovação e a recompensa divinas; obediência essa, em outras palavras, feita de acordo com o entendimento da lei do Antigo Testamento pelos legalistas, por eles expandida e interpretada. Embora nomos não existisse no sentido de ser equivalente à base da justificação na lei divina, erga nomou, entretanto, existia de modo muito real na forma de pensar e na prática de homens que concebiam a lei divina desta maneira (...). A tradução dessa frase aqui e em diversos outros lugares
(...) por ‘as obras da lei’ (...) é um grave erro das [versões que a apresentam].” (E. Burton, The International Critical Commentary, Galatians, [O comentário crítico internacional, Gálatas] 1921, p. 120).
A frase “erga nomou”, encontrada somente nos escritos de Sha’ul, é utilizada oito vezes e sempre em relação a uma discussão técnica acerca da Lei, sendo três vezes aqui; em 3:2, 5 e 10; e em Rm
3:20, 28. Dois outros usos de “erga” (“obras”) estão em estreita associação com a palavra “nomos”
(“lei”) – Rm 3:27, 9:32. Até mesmo quando ele utiliza “erga” de forma isolada, o significado implícito em geral é o de “obras legalistas” (5:19; Rm 4:2, 6; 9:11; 11:6; Ef 2:9; 2Tm 1:9; Tt 3:5),
embora ele a use 17 vezes de uma forma neutra (Rm 2:6; 13:3, 12; 2Co 11:15; Ef 2:10; 5:11; Co 1:21; 1Tm 2:10; 5:10, 25; 2Tm 3:17, 4:14; Tt 1:16; 2:7, 14; 3:8, 14).
Minha conclusão é de que em todos os casos “erga nomou” não significa atos realizados em função de se seguir a Lei da maneira em que Deus planejou, mas atos realizados como conseqüência de se perverter a Lei fazendo dela um conjunto de regras as quais, supõe-se, podem ser obedecidas de forma mecânica, automática e legalista, sem que se tenha fé, sem que se deposite a devida confiança em Deus, sem que se ame a Deus e aos homens, e sem que se esteja no poder do Espírito Santo.
“Erga nomou”, portanto, é um termo técnico cunhado por Sha’ul para atender de forma precisa a necessidade acerca da qual Cranfield escreveu; uma expressão que fala de legalismo e não da lei. No entanto, em razão do tema abordado por Sha’ul ser a falta de compreensão e perversão da Lei em algo que nunca pretendeu ser, erga nomou é, especialmente neste contexto, “obras legalistas relacionadas à Lei”, exatamente como Burton explicou. Essa é a razão da minha tradução: observância legalista dos mandamentos da Lei.
De modo semelhante, “upo nomon” (“sob a lei”), que aparece cinco vezes nesta carta, jamais significa simplesmente “sob a Torá”, no sentido de “sujeito às suas prescrições” ou de “vivendo dentro de sua estrutura”. Antes, com apenas uma variação de fácil explicação, é a forma curta de Paulo expressar “vivendo sob a opressão causada por se estar escravizado ao sistema social ou à mentalidade que se origina sempre quando a Lei é deturpada em legalismo”.
Pesquisadores cristãos já discursaram de forma ampla acerca da suposta ambivalência do entendimento de Paulo quanto a Lei. Seus esforços têm sido no sentido de demonstrar que, de algum modo, ele conseguia abolir a Lei sem deixar de respeitá-la. Pesquisadores judeus não messiânicos, elaborando sobre essa conclusão pretensamente correta e fornecida de forma gratuita por seus colegas cristãos de que de fato Paulo aboliu a Lei, tomaram para si a responsabilidade de demonstrar que a conseqüência lógica do fato de Paulo ter abolido a Lei é que ele também não a respeitava, e por isso teria removido a si próprio e a todos os futuros crentes judeus em Jesus, do campo do judaísmo (a tão conhecida “bifurcação do caminho”). Deste modo, judeus não messiânicos de orientação liberal dos tempos modernos também a sua casquinha da situação reivindicando Jesus para si na qualidade de um excelente mestre judeu, e ao mesmo tempo fazendo de Paulo o vilão da história.
Paulo, entretanto, nesse caso, não era ambivalente. Para ele a Lei de Moisés era inequivocamente “santa” e cada um de seus mandamentos “santo, justo e bom” (Rm 7:12). E de igual modo eram as obras feitas em verdadeira obediência à Lei. Mas para que fossem consideradas boas por Deus, as obras feitas em obediência à Lei tinham que estar alicerçadas na confiança, e não no legalismo (veja Rm 9:30-10:10&NN). Se mantivermos em mente que Lei não tinha nada de bom para dizer acerca do pecado de se perverter a Lei em legalismo, e nada de ruim para dizer sobre a Lei em si mesma, então as pretensas contradições quanto à sua visão da Lei simplesmente desaparecem. Em vez de ser o vilão que destruiu a principal sustentação do judaísmo, levando os judeus a se desviarem, ele é o mais autêntico expositor da Lei que o povo judeu já teve, além do próprio Messias Jesus.”
Portanto, quando não temos uma remoção da Lei por parte de Paulo, mas um indicação de não se estar debaixo de um legalismo.
1.1 Legalismo e radicalismo
Segundo a Palavra há dois tipos de legalismo:
1- aquele que inclui atribuir a justificação e salvação por meio de atos, ações, e até mesmo guardar a Lei(Atos 13:39; Ef. 2:8-9; Rom. 3:28; Rom. 11:6 e Gal.2:16)
2- A outra maneira de legalismo é atribuir o status de Lei do Eterno à dogmas e tradições de homens (Deut. 4:2; Mc. 7:6-13);
Uma observação que gostaria de acrescentar é que creio que há uma linha muito tênue entre o legalismo e o radicalismo.Podemos achar que estamos sendo radicais pelo Senhor em prol de um propósito, quando na verdade estamos tendo atitudes de legalistas.
Segundo o dicionário Aurélio as definições para estas palavras legalismo e radicalismo são:
- Legalismo: “Apego, ger. exagerado, a normas e procedimentos legais."
- Radicalismo: “Caracterizado por falta de moderação, de transigência ou de flexibilidade na adesão a certas ideias.”
Se repararmos veremos alguma semelhança entre as definições, por isso creio também na linha tênue entre estas ações. Precisamos estar atentos quanto a isto. Augusto Cury em seu livro “Análise da Inteligência de Cristo – mestre da sensibilidade” diz que “ Toda pessoa radical não consegue fazer uma leitura multifocal da memória e extrair informações que lhe permitam pensar em outras possibilidades além daquela a qual rigidamente pensa”
Obras da Lei
“ergon nomos”
Observância legalista da Lei
Mas agora vejo concernente a esta questão da volta á Israel,creio profundamente que a profecia de Is 2.,2-3 e Mq 4.2 se cumprirá, ou seja as nações subirão a Jerusalém para serem ensinadas nos caminhos do Senhor, pois de Sião sairá a Lei(tora) para os povos da terra.
A Lei foi dada aos filhos de Israel no deserto, num lugar amplo e aberto, que não pertence a nenhuma nação, de modo que qualquer um que desejasse aceitar a Lei e seus ensinamentos e mandamentos possa fazê-lo livremente.
Deixo uma citação interessante de Apocalipse 14.12, a qual nos fala de um momento escatológico e nos mostra os santos, ou seja, os que guardam os mandamentos do Senhor e se mantêm fiéis a Jesus. Portanto os mandamentos não deixaram de existir, pois são para sempre.(Sl 111.7,8)

“Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de D’us e a fé em Jesus”.(Ap 14.12)

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Compreendendo Gálatas ( Obras da Lei )

Algumas questões sobre a carta aos Gálatas

Nesse artigo quero deixar claro que ainda à muito o que explorar nessa carta de Paulo aos Gálatas. Não estamos esgotando todo o assunto, mas quero trazer um pouco do texto no seu contexto geral das Escrituras e histórico. Penso que jamais Paulo iria contra a Lei (Torá).
Às vezes se faz confusão a respeito do livro de Gálatas, achando que Paulo está falando o tempo todo contra a Lei do Senhor (Torah), mas precisamos compreender a mente de Paulo, ele pensava de forma hebraica, ele não era um louco desvairado que uma hora fala bem da Lei (Torah) " a Lei é boa o mandamento justo santo e bom"(Rm 7.12) e depois fala que a Lei é má.Ele mesmo era zeloso cumpridor da Lei (Torah).Em um episódio de Atos quando Paulo chega a Jerusalém , ele é informado que muitos judeus creram e são ZELOSOS DA LEI, e que gentios haviam crido e a estes foram dadas as recomendações do Concílio de Jerusalém(At15),as recomendações iniciais, e posteriormente eles começariam a conhecer mais Lei(Torah).Mas Alguns acusavam Paulo de pregar contra a Lei, contra Moisés, e de dizer para que os filhos não fossem circuncidados.E para que esse boato fosse desmentido, Paulo então participa do voto com 4 homens , fazendo tudo conforme Lei(Torah), mostrando que ele mesmo cumpre a Lei.
At 21.19-26 - E, tendo-os saudado, contou minuciosamente o que o Eterno fizera entre os gentios por seu ministério. 20 Ouvindo-o, deram eles glória ao Eterno e lhe disseram: Bem vês, irmão, quantas dezenas de milhares há entre os judeus que creram, e todos são zelosos da lei(Torah)
; 21 e foram informados a teu respeito que ensinas todos os judeus entre os gentios a apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não devem circuncidar os filhos, nem andar segundo os costumes da lei. 22 Que se há de fazer, pois? Certamente saberão da tua chegada. 23 Faze, portanto, o que te vamos dizer: estão entre nós quatro homens que, voluntariamente, aceitaram voto; 24 toma-os, purifica-te com eles e faze a despesa necessária para que raspem a cabeça; e saberão todos que não é verdade o que se diz a teu respeito; e que, pelo contrário, andas também, tu mesmo, guardando a lei(Torah). 25 Quanto aos gentios que creram, já lhes transmitimos decisões para que se abstenham das coisas sacrificadas a ídolos, do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas. 26 Então, Paulo, tomando aqueles homens, no dia seguinte, tendo-se purificado com eles, entrou no templo, acertando o cumprimento dos dias da purificação, até que se fizesse a oferta em favor de cada um deles. Mas enfim, gostaria de colocar a situação quando Paulo repreende Pedro em Gl 2.12-14.A maioria que se opõe a Lei, acha que Paulo está repreendendo Pedro por ser como gentio comendo comida que não está de acordo com as leis alimentícias de Lv 11, e que Pedro está obrigando os gentios a cumprirem a Lei (torah) como se isso fosse algo inaceitável já que ele mesmo não cumpre a Lei comendo comida que não está na Lei. Mas creio que não é bem isso. Primeiramente precisamos entender que na carta de Gálatas , Paulo(observação: Paulo era o nome Romano e Shaul o nome Hebraico, e era comum naquela época ter dois nomes, Saulo não teve o nome mudado pelo Senhor para Paulo) , enfim, Paulo trata nesta carta de um grupo chamado os da circuncisão, era um grupo legalista, que praticava as "obras da lei".O que são "obras da lei"? Em hebraico é "maassei há Torah" e em grego é " ergon nomos", e são leis rabínicas, observâncias  legalistas, leis criadas por rabinos que acabaram por ter o mesmo status da Lei do Eterno(assim determinado pelos homens e não pelo Eterno). As mitsvot d’rabanan(leis rabínicas ou leis orais) eram leis geralmente baseadas em interpretações dos tribunais ,costumes e também em exemplos de vida ou hábitos de grandes rabinos, este exemplos também são chamados de “ ma’assei há torá” ou “obras da Lei.
Na questão das mitsvot d’rabanan ou obras da lei, quero aqui fazer uma citação muito interessante de um artigo do arqueólogo Jorge Fabbro36 sobre manuscritos achados nas cavernas de Qunran no Mar Morto .
c 21.24 Nm 6.13-20
d 21.25 At 15.29
36 Jorge Fabbro é arqueólogo e presidente da Associação de Amparo à Criança e ao Adolescente (Educriança) 3
Entre 1947 e 1956, centenas de manuscritos antigos – incluindo cópias de quase todos os livros do Antigo Testamento – foram descobertos,dentro de grandes vasos de barro, escondidos em 11 cavernas, nas montanhas do lado oeste do Mar Morto. Ao analisar sua escrita e submetê-los a testes radiométricos, os arqueólogos ficaram pasmos ao constatar que esses documentos tinham cerca de 2 mil anos de idade! Alguns haviam sido escritos nos dias de Jesus e outros até dois séculos antes!
Quem teria escrito os famosos Manuscritos do Mar Morto? Por que teriam sido escondidos nas cavernas do remoto e inóspito Deserto da Judéia? Que segredos eles escondem? Essas perguntas continuam sendo debatidas até hoje por arqueólogos, historiadores, filólogos e teólogos. Mas algumas respostas surpreendentes já foram encontradas.
Uma dessas surpresas ocorre num manuscrito conhecido como MMT (abreviatura da expressão hebraica Miqsat Ma-ase ha-Torah = importantes obras da lei). Esse é o único escrito, fora da Bíblia, que usa a expressão “obras da lei”. Antes de sua descoberta, essa expressão só aparecia nos escritos do Apóstolo Paulo, onde severas críticas são feitas às “obras da lei”. Paulo ensina, por exemplo, que “o homem não é salvo pelas obras da lei”(Gálatas 2:16) e que “todos aqueles que são das obras da lei estão debaixo da maldição” (Gl.3:10).
O que Paulo queria dizer por “obras da lei”? Alguns acharam que ele estava se referindo à obediência à Lei de D-us e concluíram, muito apressadamente, que os cristãos não precisavam mais obedecer aos Dez Mandamentos (além dos demais mandamentos). O MMT, contudo, aponta para um significado totalmente diferente.
Seis cópias fragmentárias do MMT foram descobertas nas cavernas do Mar Morto, indicando que, provavelmente, muitas outras cópias foram feitas e distribuídas. O MMT é uma carta, com mais de 130 linhas, que tenta convencer seus leitores a praticar as “importantes obras da lei” e, para nossa grata surpresa, ele faz uma lista de cerca de 20 dessas práticas religiosas, consideradas extremamente importantes pelo autor do MMT.
E é contra essas leis rabínicas que se tornaram fardos pesados que Jesus se opõe e não à Lei de Moisés .
Mat 23:3 Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem
Mat 23:4 Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.
Mar 7:8 Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens.
Nestes versículos acima, segundo estudiosos a palavra hebraica usada para “obras e tradição”, é a “ takanot”, a qual se refere as leis rabínicas.Portanto Jesus estava dizendo que era para guardar a Lei (Torah) em si, ou a lei de Moisés, a qual eles ensinavam, mas não era para seguir o exemplo de vida ou como vimos, “as obras da lei ou ma’assei há torá”, pois estas obras eram pesadas de mais para serem carregadas. Jesus também diz que a Lei (Torah), o principio da Lei (Torá) estava sendo invalidado pelo costume e as leis rabínicas que estavam tendo o mesmo peso que a Lei (Torá).
Cabe aqui lembrar que nem toda tradição ou exemplo de vida é ruim de se seguir, há bons exemplos, mas a questão aqui é que as tradições não podem ter o mesmo peso que o MANDAMENTO DE D’US.(extraído do estudo Lei (Torá) e a legislação judaica.)
E para se ter uma idéia como essas leis eram reais, vejamos o que o Talmud declara a respeito:
"Filho meu, ordena o Talmud, atende mais às palavras dos rabinos do que às da Lei(Torah)" [TratadoErubin, fls. 21 b].4
Pois bem, era contra estas obras da lei que Paulo está falando, contra estas leis rabínicas que causavam peso ,nas quais este grupo da circuncisão buscava justificação.Para este grupo havia todo um ritual criado a cerca da circuncisão, e que se deveria somente fazer daquele jeito para que fosse valida.Paulo não está falando contra a Lei (Torah),a Lei do Eterno.Bom, vejamos a questão de Pedro, ele está assentado comendo com os gentios ou "arameus" no aramaico, se referindo ao povo "sírio".Bem, Pedro está comendo, e neste momento chega o grupo da circuncisão e Pedro temendo este grupo vai se retirando da mesa dos gentios, e os judeus e Barnabé também se afastam dos gentios temendo como Pedro.E está escrito que eles dissimulavam.Esta palavra no grego se refere a um ato de hipocrisia
(hupokrisis), ou seja, pelo temor ao grupo da circuncisão, Pedro e os judeus que alí estão começam a ser hipócritas, atuando como atores, concordando com o grupo da circuncisão (isso por causa do medo) e declarando essas "obras da lei" aos gentios. Seria como hoje, por exemplo, tem o grupo que diz que somente indo em uma denominação é que se está salvo, não pode haver grupos em casas, e então, eu estou na minha casa em um reunião e chega esse grupo da "denominação", e eu pelo medo deste grupo acabo entrando em concordância com eles, dizendo aos que estão em minha casa : " olha , é assim mesmo você precisa estar em uma denominação, isso é obrigatório ", mas eu na verdade não concordo, mas acabo assim fazendo porque tenho medo.Creio que foi mais ou menos isso que aconteceu com Pedro e os judeus naquela ocasião.
E nisso Paulo repreende Pedro, dizendo que ele agindo como gentio transgressor sendo hipócrita por que obrigava os gentios a viverem nas obras da lei ( como o grupo da circuncisão).
E a cerca da circuncisão, a qual Paulo fala bastante.Paulo está falando para este grupo que estava fazendo com que os gentios se circuncidassem pela razão errada.Razão esta que para não serem perseguidos e para mostrarem boa aparência na carne.
Gl 6.12,13 - Todos os que querem OSTENTAR-SE NA CARNE, esses vos constrangem a vos circuncidardes, somente para NÃO SEREM PERSEGUIDOS por causa da cruz de Cristo. 13 Pois nem mesmo aqueles que se deixam circuncidar guardam a lei; antes, querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne.
Estava havendo uma perseguição devido a uma lei romana que permitia somente algumas manifestações religiosos como o judaísmo e os cultos romanos.E logo, aqueles que aceitavam o Messias estavam foram do judaísmo tradicional porque aceitavam o messias e também fora do cristianismo e assim perseguidos.E dentro deste contexto alguns se circuncidavam com a motivação de não serem perseguidos , porque assim seriam considerados do judaísmo tradicional. E nessas condições é que Paulo declara:
Gl 5.2-4 - Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, o Messias de nada vos aproveitará. 3 De novo, testifico a todo homem que SE DEIXA circuncidar(pela razão errada) que está obrigado a guardar toda a lei.Do Messias vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. É importante entendermos a palavra traduzida como "obrigado" no verso 3.Esta palavra no grego é " opheleites" , que significa "culpado, devedor, alguém que deve uma obrigação moral".Portanto, Paulo está dizendo que quem se deixa circuncidar pelo motivo errado se torna culpado e devedor diante da Lei(Torah), este tem uma obrigação moral em cumprir toda a Lei(Torah).E isto é muito diferente do pensamento que a maioria tem a respeito a respeito das palavras proferidas por Paulo neste verso, como se ele não fosse a favor de alguém cumprir a Torah(Lei do Eterno). E Paulo ainda diz que prega a circuncisão, mas dentro da motivação correta e não como a persuasão de um grupo legalista praticante da "obras da lei".
Gl 5.11-12 - Eu, porém, irmãos, se ainda prego a circuncisão, por que continuo sendo perseguido? Logo, está desfeito o escândalo da cruz. 12 Tomara até se mutilassem os que vos incitam à rebeldia.