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domingo, 29 de novembro de 2015

Natal uma festa pagã ou divina? 1 parte

Não se trata de causar polêmica, muito menos aderir ao fundamentalismo ou legalismo. A intenção sempre foi a de contribuir no avanço do conhecimento acerca da Adoração ao Deus Eterno, fazendo, sempre que possível cair a máscara do engano junto à igreja remanescente; mostrar que somos adoradores de um Deus Santo e Verdadeiro e que unicamente a Sua palavra inspirada nos levará à adoração e ao culto de louvor ao Criador.
Sei que vozes se levantarão em contrário para ironizar o trabalho silencioso da pesquisa feita com zelo e oração, mas também sei que na tarefa de admoestar, cujo dom provém do Espírito Santo, corações sinceros se unirão à busca do reto caminho e da estreita porta que nos conduzirá à eternidade, com Cristo. Temos certeza também que vozes discordantes deverão ser ouvidas e opiniões mesmo contrárias deverão ser acatadas com respeito e atenção.
Por isso, esta não é uma questão encerrada, mas um debate que iniciamos, aberto a toda sinceridade e contribuição.

Introdução

Quando encontramos o mundo a festejar a "data máxima da cristandade", formamos opiniões diversas, dependendo do ângulo pelo qual encaramos a questão. Primeiro, a beleza da festividade em si. Não negamos o espírito nobre com que se reúnem as famílias e entoam hinos cristãos.
Nada mais belo e puro do que ouvirmos "Noite Feliz", de Gruber, ou "Jingle Bells", momento em que nossa imaginação nos transporta à Europa Setentrional, especialmente Finlândia, Bavária e outros países que tão lindamente comemoram a data. Lá há neve em abundância, lindas coníferas iluminadas pelos raios que cintilam sob as gotas de cristal gélido, e a alegria dos festejos das crianças que dançam à volta dos abetos e ciprestes, adornando-os com seus sapatinhos, ou envelopinhos de desejos ingênuos, ouvindo ao longe a gargalhada de "Santa Klaus", ou "Kris Kindle", ou São Nicolau, o "bom velhinho" ("Viejito", em espanhol, parafreseando sutilmente a expressão: "Vamos pedir ao "Bom Velhinho" (Deus) que nos proteja"), ou o "Papai Noel" (Papai Natal em Portugal). Ao mesmo tempo, fazem pedidos e mais pedidos, ansiosos pelo bom humor do velhinho em atender cada um deles.
(Só como cultura: o Papai Noel usa trajes vermelhos desde a década de 40 quando a Coca Cola assim o vestiu, num plágio intencional às cores do produto). Nesta data, tudo é festa, tudo é paz, tudo é alegria, diz a música (o mesmo se diz do carnaval).
Nossos imigrantes de lá trouxeram este costume, embora hoje já nem mais saibam sua origem nem o motivo. A árvore de natal ou "pinheirinho", que também encontramos em profusão no sul do Brasil tem sido motivo de adorno a muitos lugares, evocando um clima característico e nostálgico. Em que, no entanto, este costume universal está afeto ao cristianismo em seu aspecto teológico? Antes de analisarmos mais profundamente este costume pagão, portanto, idólatra, vamos buscar sua origem e associação à data de 25 de dezembro, ambas ligadas ao natal, ou nascimento de Jesus, o Salvador.

2. Origem

Segundo a História Universal, Natal, do latim "natalis" - relativo ao nascimento, ou país em que se nasceu; festa da natividade de Cristo. O natal festeja-se em 25 de dezembro. A data foi fixada pelo Papa Julio I, no século IV d.C (Julio I foi Papa de 337 a 352 d.C., tendo nascido e vivido em Roma). A partir do século sexto foi permitido aos padres celebrar três missas nessa festa: A primeira, chama-se "da meia-noite". A segunda, "da aurora". A terceira, "do dia". Como o celebrante deve estar em jejum, só comunga na terceira missa.
Durante a idade média, a festa de natal era o primeiro e o maior de todos os festejos populares. Nesse período, outro grande festejo popular era acompanhar o martírio público dos cristãos.
Dentre os episódios da festa religiosa, três ainda persistem até hoje: As missas da meia-noite (o do galo); A árvore de natal; e A Ceia.
As músicas natalinas têm sido adaptadas em todas as épocas da nossa era aos cantos populares. Esse uso manteve-se e no século XIX escreveram-se muitos cânticos sobre melodias de origem profana.
A prática do presépio na comemoração do natal foi instituída por São Francisco de Assis, no ano de 1233 (três anos antes da sua morte, escreve São Boaventura (X-7), Francisco quis celebrar a festa de natal de maneira mais solene possível..entretanto para que isso não pudesse ser interpretado como novidade (ne hoc novitat posset adscribi), tinha obtido do Papa as necessárias autorizações. Fez pois, preparar um presépio, trazer feno e ainda um burro e um boi... -- A noite Greccio (op.cit., pp 541-542 mencionado por R.Brown e umas vinte obras nas quais se pergunta em que consiste a novidade da iniciativa do "Povorello" e qual teria sido sua influência no modo de celebrar o natal daquela data em diante. _Celano, 84-87: Boaventura,X7 (Vida de S. Francisco de Assis, Emglebert, Omer, E.S.T. Porto Alegre, RS, 1978 - Co-edição Vie de Saint François D'Assise).
Devemos, no entanto, considerar sobre São Francisco ainda que ele reputava o Sol como algo divino (o sol da justiça) afirmando que este astro se assemelha  ao Nosso Senhor e chegou a compor um cântico chamado "Cântico do Irmão Sol" (Speculum 119 - ídem anterior). Francisco chegava ao ponto de considerar o sol, a lua e as estrelas, o vento e o fogo como seus irmãos e intercessores (L. Portier-Saint François et la preposition per, en langues neo-latines 46, 1952, ibidem).
Nós detalhamos em São Francisco, apenas para demonstrar a origem de um dos fragmentos que compõem o ritual natalino e também para mostrar a confusão de idéias que polvilha a mente asceta enfraquecida pela guerra, fome, auto-flagelação do eremita. Antes de concluir esse capítulo, lembro também que compôs, o Povorello, uma canção para a "Irmã Morte".

3. Instituição do Natal nas igrejas

Embora de costume europeu, foi somente no Brasil, no final do século XIX que a Igreja Católica Romana e também as demais igrejas protestantes trouxeram a prática de enfeitar uma árvore junto ao altar.

Relação da árvore com o natal

Uma das teorias mais conhecidas é a da "árvore de Maio", que representava uma festividade germânica onde as árvores da cidade eram enfeitadas como numa oferenda à deusa da agricultura, a flora, implorando à natureza o sucesso nas plantações e colheitas. Esta divindade era representada por uma bela jovem ostentando um cesto de flores, tendo ao fundo campo e árvores floridas. Desta forma enfeitavam-se as árvores, porque no Hemisfério norte neste mês entra a primavera (a entrada oficial é em junho, mas os ventos já começam a mudar de direção e as flores começam a surgir. É um renascimento.

Por que em maio, se o natal é comemorado em dezembro?

Para responder a esta questão, fomos à antiguidade - ao século VII a.C. Segundo Aristóteles, Zoroastro, ou Zarathustra, personagem do mundo antigo a quem os escritores clássicos atribuem a fundação da religião dos magos, conhecido por "mazdeísmo", viveu neste período e teria sido filho de Ahura-Mazda (Ormazd). Desde então provém o mazdeísmo (religião mazdeísta dos antigos povos irânicos. Nasceu entre os medos e se espalhou com eles pela Pérsia. Atualmente é ainda o mazdeísmo a religião dos Guebros e na índia, a dos parses (Bombaím e Surate).
É uma religião dualista por excelência - admite dois princípios antagônicos: o da vida e da felicidade e o da morte e do infortúnio. O primeiro está personificado em Ahura-Mazda (Ormazd). O culto consiste em venerar Ormazd pela perfeição moral e ofertar pães e carne, que mais tarde foram substituídos pelo leite e pela manteiga. Segundo os sectários, o mazdeísmo foi relevado pelo próprio Ahura-Mazda ao Zoroastro. A lei de Ormazd foi instituída no livro sagrado dos mazdeístas, o "Zenda-Avestá".
O zoroastrismo pratica também os cultos ao sol e ao fogo. Buscando sua origem ainda mais remota, Zoroastro (Zeroashta) quer dizer: "semente da mulher". Também pode ser denominado "Nino", "Nini", "Nemrod", "Gilgamesh", "Merodak" e "Chifroid" (daí a corruptela da "canção de ninar", que quer dizer: fazer dormir a criança). De Nini, temos o nome de Nínive, por ele fundada. Foi a sede do culto de Istah, na Assíria e na Babilônia, dando origem ao culto de Amon, no Egito, durante o domínio babilônico no reinado de Semíramis. Amon é o Deus-solar. Era casado com a lua. Também conhecido como Rá. Desta união entre o sol e a lua, nascia outra divindade - Osíris. Istar, o culto caldaico, era Astarote bíblica (juízes, 2:13)
Sobre Osíris, assim fala o "Livro dos Mortos do Antigo Egito": A universo (isto é por todo o Egito). Sua esposa e irmã Ísis o trouxe à vida depois de muito trabalho e esforço. Como Osíris e Ísis eram irmãos e esposos, o matrimônio entre irmãos se estendeu ao Egito, pelo menos entre os mais próximos dos deuses: a família real e a alta nobreza. Osíris é o grande civilizador do Egito. Inventou instrumentos de agricultura, cultivou a vinha, substituiu os costumes grosseiros e bárbaros por leis suaves e humanas, instituiu festas e o cerimonial dos cultos. Osíris é o sol, princípio que anima e fecunda o mundo e é também o céu e o Nilo. As viagens de Osíris, suas conquistas no oriente, que havia civilizado, eram o símbolo do curso do sol, que espalha por toda parte a sua fecundidade".
Há evidências de que os antigos egípcios também adoravam, além de suas divindades nacionais, a outras, como por exemplo o deus "Tum" (Deus que criou o céu e fez nascer a vida na terra, alcançava todos os outros deuses e era livre da morte. Identificando seu corpo com o de Tum o morto proclamava a sua natureza incorruptível (Tum poderia ser um corruptela de "Thiuffan", como é "Tupã". Thiuffan é o Deus  de Israel).
Observemos a saudação do hino de glória a Rá( o sol): "Salve, ou Rá! Semelhante a Tum, tu te ergues acima do horizonte e semelhante a Hórus-Khuti, culmina o Céu (Hórus é o deus que civilizara, segundo a tradição, o Egito). Associamos desta forma a dois outros personagens que sejam provavelmente os mesmos Zoroastro ou Ninrode, caldaicos e sua esposa-mãe, Semíramis.

Mas, por que a data 25 de dezembro?

Dezembro, o último mês do nosso calendário, era o décimo do calendário romano e sua divindade predominante era Vesta, a deusa do fogo entre os romanos (embora governasse o mês de dezembro, era comemorada em 15 de junho). Neste período comemorava-se também, o" dia do menino" (Nino). Nas festividades natalinas, em inglês também chama-se "yule-day", o que comprova sua origem pagã e babilônica, pois Yule, em caldeu significa infante, ou menino.
Este costume era também cultivado pelos anglo-saxões, panteístas pagãos (os panteístas adoram as forças da natureza, segundo mesmos princípios de Piágoras - deus é tudo e tudo é deus) que muito tempo antes dos católicos romanos celebravam, não a deidade do sol, mas o nascimento do deus-lua, pois entre eles sol era feminino e lua era masculino. Na verdade uma espécie de hermafrodita, como Osíris, do Egito. Semelhantemente a lua é masculina na índia. Os adoradores da lua na Arábia também adoravam o "senhor lua" naquela data.
Evidente portanto que o dia 25 de dezembro era lembrado, não por causa do solstício hibernal do sol, mas devido a ser , desde os tempos antigos, a data natalícia de Ninrode. Há também na numerologia egípcio-caldaica uma veneração ao número cinco (este aparece no emblema do fogo nos ritos do Zoroastro); ou a pentalfa - estrela de cinco pontas; ou o silêncio dos cinco anos, imposto nos mistérios pitagóricos; há também em português a expressão "quinta-essência", que significa extrato elevado ao último apuramento, a parte mais pura; na química a parte mais ativa e de maior virtude. Esta expressão tem origem grega, pois sabemos que eles tinham quatro elementos (água, ar, terra e fogo) e o quinto era o corpo livre de todas as impurezas, o "éter", que recebia o nome de "quinta-essência".
De maneira semelhante ao mandamento de Cristo que é perdoar até setenta vezes sete, isto é, infinitamente, pois se para o cristianismo e entre os judeus o número sete representa a perfeição, a compleição, o número cinco tinha essa significação e vinte e cinco não era senão o múltiplo máximo de cinco, como dezembro o décimo mês, múltiplo de cinco e como também já mencionamos, o dia da adoração de Vesta, quinze de junho, outro múltiplo de cinco. Nada mais próprio, portanto, que ao décimo mês (último múltiplo de cinco do ano), ao dia vinte e cinco, o dia da veneração ao sol, que também fosse venerada a sua divindade maior.

4. A árvore de Natal

Continuando ainda na história, falemos de Ninrode (história idêntica, exceto por alguns detalhes, à lenda de Osíris). Após o dilúvio, Noé e seus filhos continuavam a adorar ao Deus Verdadeiro. Mas em pouco tempo, já na terceira geração (Cão, Cuxe e Ninrode) a idolatria se fez aparecer. A primeira organização da religião apóstata em Babilônia, a cidade regida pelo primeiro rei humano, o poderoso caçador Ninrode. Este era neto de Cão e portanto não era do ramo semítico, cujo Deus era o Eterno. Mas isto não tinha importância para Ninrode e seus apoiadores. Eles descobriram o segredo à sua maneira e não esperariam pela maneira de Deus. Depois de conseguir (e se impor pela força e astúcia) que o povo o olhasse para proteção e salvação como "poderoso caçador diante do Senhor" ou em desafio ao Senhor, Ninrode chegou ao seu fim.
Como aconteceu realmente, a Bíblia nem a arqueologia falam, mas de acordo com a semelhança a muitas lendas e tradições dos pagãos (já citado) é que ele encontrou uma morte violenta. Há fatos que levam a crer que ele tenha sido mandado executar por sua mulher Semíramis (que evidências também apontam ter sido sua esposa e mãe), rainha astuciosa e que após sua morte, temendo o enfraquecimento do seu poder, propagou entre os seus seguidores que lamentavam sua morte violenta. Se seguirmos a tradição egípcia, como mostra a tradição de sua adoração, provavelmente tenha ele sido esquartejado e posteriormente queimado e suas cinzas espalhadas em diversos lugares.
Cada ano nos relata a história, choravam por ele no dia da sua morte, sob a figura de Thamuz (um nome de Adônis, o deus sol - outra personificação de Ninrode - sendo Biblos da Fenícia o principal lugar de seu culto. A sua festividade anual era junho na Babilônia, em agosto na Palestina, festividade que tomava forma pela lamentação por causa da morte deste deus, e de regozijo por ter voltado a vida. Era efetuada por meio de obscenos ritos (Ezequiel 8:14).
O rio Adônis (Nahr Ibrahim) que tem a sua origem nas montanhas do Líbano, apresenta algumas vezes a cor vermelha, porque o terreno do Líbano é por natureza avermelhado. A fantasia popular converteu esta vermelhidão no sangue de Adônia. Têm-se julgado que as palavras de Isaías em 17:10 se referem aos "jardins de Adônis", cujas plantas, depois de cortadas eram postas em vasos com a sua imagem, feita em madeira, e bem depressa murchavam (em Daniel 11:37 pode referir-se ao mesmo ídolo quando menciona o desejo das mulheres).
Para citar um caso da apostasia religiosa dos judeus nos seus dias, o profeta Ezequiel nos fala deste período dizendo: "eis ali as mulheres assentadas chorando por Thamuz" . O mesmo ocorria em relação a Baco, o deus grego, cujo nome significa "o lamentado" e que é outra figura de Ninrode. A sua morte foi considerada uma calamidade ou injustiça, e Noé e as pessoas responsáveis, segundo o seu povo, foram considerados os representantes iníquos da semente da serpente.
A Mãe de Ninrode chamava-se Semíramis. Em caldeu este nome é "Z-Emir-Amit", que compõe-se de Ze, que quer dizer A; Emir, significa Ramo; e Amir, portadora, portanto, a portadora do ramo. Quando as águas do dilúvio baixaram, a ave que Noé enviou da arca e que retornou trazendo um ramo de oliveira foi uma pomba. Assim, ao nome de Semíramis era aplicado a uma pomba selvagem.
A mãe de Ninrode que se dizia ter sido transformada numa pomba, era assim chamada no sentido místico (Semíramis in Columbam - As Metamorfoses IV, de Ovídio) Ela era considerada a mãe daquele ramo ou renovo humano que é a semente da mulher, os esmagador da cabeça da serpente (ver adoração de Maria nos dias atuais). Isto nada mais foi do que um engodo diabólico para distrair a atenção da semente verdadeira, a quem a profecia de Deus mais tarde declararia ser o "Ramo" ou "Renovo verdadeiro" e cujo nome seria chamado "O Senhor da Nossa Justiça" - Isaías 11:1; Jeremias 23:5,6; Zacarias, 3:8; 6:12,13; Apocalipse, 22:16.
Este foi um grande passo em direção à religião falsa e ao início do paganismo que conhecemos até nossos dias (Comparar com cultos da Nova Era). A evidência de que a primeira mulher a ser deificada depois do dilúvio, Semíramis é muito clara. O nome da deusa da Babilônia era "A Pomba", ou "portadora do ramo", que também é o significado da deusa romana " Juno" , a rainha do céu dos romanos.
Nas esculturas descobertas nas ruínas da antiga Nínive, as asas e a cauda da pomba, num emblema trino, representam o terceiro membro da tríade assíria. Isto concorda com Semíramis, sob o nome de "Astarté", era adorada como uma encarnação do espírito de Deus, pelo qual deveria nascer a semente prometida. Assim também o primeiro homem deificado depois do dilúvio foi o filho de Semíramis, Ninrode, e isto sem dúvida por inspiração de sua mãe (conforme comentário anterior). Ela sustentou que ele não morrera na sua execução, mas fora transferido para o céu como um deus. A constelação de Órion o representa deificado (as três estrelas de Orion formam a tríade), pois este é o nome que foi dado ao caçador gigante poderoso pelo antigo poeta grego Homero, na Odisséia, livro 5, linhas 120 e 121.
A palavra hebraica traduzida órion na Bíblia é Kesil e significa Pessoa estúpida, tolo, imprudente, desafiador e impiedoso" , adjetivos estes que bem se aplicam a Ninrode, poderoso caçador (Jó 9:9; 38:31; Amós 5:8).
Por deificar assim o morto Ninrode, sua mãe Semíramis ensinou a imortalidade da alma humana em desafio à Lei de Deus: "a alma que pecar, esta morrerá". Sob o nome Nino, que significa filho homem, ou filho (ver anterior), Ninrode era adorado como o filho de sua esposa (ainda lembrando que no Egito do deus Osíris, correspondente a Ninrode, era filho e marido (ou irmão) da grande deusa do Egito, Madona Isis) Daí se origina a idéia que Ninrode era o marido, bem como o filho de sua esposa. Ele era seu próprio pai e seu próprio filho. Seu verdadeiro pai, Cuxe, foi posto em segundo plano e a mãe de Ninrode assim representada como sendo uma mãe virgem (vemos que desde o início o arqui-inimigo providenciou uma forma de um sutil e bem tramado engodo para perverter a história verdadeira, fazendo uma fábula mal contada cair no senso comum da história da Redenção).
Entendeu-se que armar a traição para a semente da mulher de deus e ferir-lhe o calcanhar significava a sua morte, da qual ele se recobraria. De modo que ao morrer Ninrode, Semíramis fez com que ele fosse glorificado e adorado como "a prometida semente da mulher". Não somente fixou um dia para a lamentação de sua morte, mas também estabeleceu um dia para a celebração de seu aniversário. Esta data foi 25 de dezembro, o mesmo dia adotado pelo Papa Julio I (veja consideração anterior) para seus fins religiosos e políticos, no ensejo de cativar para seus domínios aqueles que não desejavam abandonar suas práticas idólatras, mas que mediante este ardil apenas substituíram o objeto de culto, sem alterar sua substâncias, mas sem nenhum apoio das Escrituras (ver também o nome Yule-Day, em inglês, ibidem).
O Lenho (yule) despojado de todos os seus ramos (esquartejado), lançado na lareira era queimado na noite de 24 de dezembro e representava Ninrode sendo executado, prostrado na morte. A árvore decorada e ornamentada que se via elevada na manhã de 25 de dezembro, representava o Ninrode morto vindo à vida em uma nova encarnação para triunfar sobre os seus inimigos e sobre a humanidade.
Em Roma esta árvore era um abeto, erigido em 25 de dezembro, considerado o Natalis Solis Invictis (o aniversário do sol invencível) No Egito, o simbolo de Ninrode era a Palmeira, cujas folhas eram usadas para simbolizar a vitória.

5. Outro dia reservado para adoração do deus-sol

A Santa Missa-Mistério Pascal, por especialistas, na pág. 326 assim diz: "Foi *Constantino que transformou o dia que os romanos dedicavam ao sol num dia de descanso para mostrar que Cristo é a Luz da nova criação e o Sol da Justiça predito por Malaquias". (*Rei de Roma, que ainda pagão, dirigiu um concílio cristão, cujo idioma oficial era o grego. Só que Constantino não sabia uma única palavra em Grego e só foi batizado, "convertido", ao cristianismo no leito de morte)

6. Conclusão

Ora, não é necessário estendermos o assunto à exaustão, pois ninguém mais do que a própria história para confirmar este decreto que tantas mortes proclamou no curso de seus domínios, o qual também estabeleceu a guarda do domingo em lugar do Sábado da Lei de Deus, fruto do que disse João em Apocalipse: "E cuidará em mudar os tempos e a Lei."
Sabemos, portanto, que sua origem é a mesma e o sentido também se repetem e encontramos razões para questionar a comemoração e a veneração (ou pendurar envelopes numa árvore em frente ao púlpito sagrado terá outro nome?), da data de 25 de dezembro como comemorativa do nascimento do Salvador Jesus Cristo, sendo que nenhuma referência há no Livro Sagrado, não sendo estabelecido nenhum dia específico para esta comemoração e não será um hediondo dia de louvor a devassas pessoas do passado que tanto sofrimento causaram aos filhos de Deus no passado que desviará a atenção do Povo remanescente nos dias que antecedem a Volta de Jesus.

É de extremo mau gosto e completamente herege a prática de levar para dentro de igrejas cristãs, casas de oração do Deus Verdadeiro, aquilo que é o nefasto símbolo da idolatria, o domingo dos domingos e que certamente está entre os objetos de culto dos adoradores do inimigo de Cristo, que proverão a perseguição aos santos escolhidos de Deus para lhe serem por fiéis testemunhas, guardadores de Seus mandamentos e que possuem a fé de (em) Jesus. Ou seja, o pinheiro de Natal e sua instalação como um objeto de cenário diante do púlpito onde se deve proclamar a verdade, é biblicamente inaceitável. "À Lei e ao Testemunho. Os que não falarem desta maneira, jamais verão a Alva." "Minha casa, diz o Senhor, será chamada Casa de oração para todos os povos (Is 56:7; Mt 21:13; Mc 11:7; Lc 19:46). Exortamos, quer agrade ou não (II Tim, 4:16) sem termos ao nosso lado sequer uma só voz ( II Tim 4:16).

domingo, 15 de novembro de 2015

Influência grega no “Cristianismo Universal”


1. Influência grega
Buscaremos aqui trazer uma síntese histórica da influência grega no “cristianismo “chamado Universal, ou seja, aquele nascido em Roma, dentro do Império, e nestes dias, alguns têm entendido essa influência do pensamento grego nas interpretações das Escrituras, mas muitos ainda desconhecem este contexto grego e por isso ainda estão inseridos nele.
A própria cultura ocidental tem por base a cultural grega, e isto é facilmente percebido em algumas palavras como : Música, Eco, erótico , pornografia, grafia, gráfico, Sofia, Era, idiota, lógico, idolatria, heresia, igreja, apóstolo, bispo, presbítero,Europa , crise , metrópoles , Psicologia, psique , teologia, didático , filosofia, e muitas outras.Estas palavras tem sua origem no grego, e algumas provém da mitologia grega.
E juntamente com as palavras também percorrem os seus pensamentos e ideologias, pois sabe-se que as palavras são signos e símbolos, os quais carregam em si um contexto social - ideológico - histórico .
Por exemplo, a palavra "Música" vem do grego "musiké téchne", “a arte das musas”.Na Grécia haviam nove entidades mitológicas chamadas de musas que eram consideradas “deusas inspiradoras da música” .
Na mitologia grega a "musica" também era usada pelas sereias, no sentido de encanto e sedução para com os navegantes.
Portanto, este conceito mitológico pode estar inserido no contexto musical, e como podemos perceber esta influência atualmente?
Nos meios religiosos se percebe facilmente este tipo de pensamento mitológico musical, pois na maioria das vezes se deseja uma "musica" que inspire, que envolva, encante e seduza, para então se poder “adorar ao Senhor” ou então para incorporar um espírito ou esvaziar a mente. Até mesmo aqueles que ministram em congregações "cristãs",as vezes são levados por este desejo de seduzir e manipular o público afim de levar à um emocionalismo, e isso para parecer que o momento é mais espiritual e mais aceitável pelo "senhor" que se louva.
De forma geral na sociedade atual,a "música", tem por intenção conduzir os ouvintes a um estado de cativeiro e embriaguês dos sentidos, afim de induzir o indivíduo à uma ação manipulada.
Mas o Eterno de Israel não usa de sedução, pois esta forma de ação está relacionada ao engano. E tudo aquilo que procura tirar a consciência do homem não provém do Eterno, ou seja, se alguma "música" busca tirar a consciência por meio de um transe, ou que tem por objetivo tirar a liberdade de se pensar, esta "música" não provém do Eterno, mas de uma mentalidade grega da utilização da "música".
E da mesma forma, esta influência grega chegou até o "cristianismo" e consequentemente foi adquirida uma visão grega de personagens com o título "deus" e "Jesus" , e assim também, interpretou-se as Escrituras de acordo com esse pensamento grego.
2. Revendo a influência na história_ Comunidade dentro do contexto hebraico
VAMOS PASSEAR UM POUCO PELA HISTÓRIA, para compreendermos mais sobre essa influência grega na interpretação das Escrituras e o afastamento da base hebraica.
Bom, antes de tudo, precisamos compreender que a Comunidade dos discípulos de Jesus do 1º séc, não era considerada afastada do contexto hebraico e parte de uma religião chamada “cristianismo”
Os Nazarenos, como assim também eram chamados os discípulos de Jesus no 1º séc., foram descritos por alguns escritores dos primeiros séculos depois de Jesus como sendo judeus, mas diferentes dos judeus tradicionais sem Jesus e diferentes dos cristãos .
Vejamos o que o Padre Epifânio (Sec IV) declara sobre os Nazarenos na obra Panarion:
“Mas estes sectários... não se chamavam de cristãos – mas de ‘nazarenos’... contudo, são simplesmente judeus completos... Eles não possuem diferentes idéias, mas confessam tudo exatamente como a Torá descreve e na forma judaica – exceto, porém, por sua crença na Messias.Pois eles reconhecem tanto a ressurreição dos mortos quanto a criação divina de todas as coisas, e declaram que Deus é Um, e que o Seu Filho é Jesus o Messias.Eles são bem treinados no hebraico .Pois dentre eles a Torá inteira, os Profetas e os Escritos)... são lidos em hebraico... Eles são diferentes dos judeus, e diferentes dos cristãos, apenas no seguinte: Eles discordam dos judeus porque chegaram à fé no Messias; mas eles ainda estão na Torá... circuncisão, o Sábado, e o restante... eles não estão de acordo com os cristãos...eles não são nada mais do que judeus...Eles possuem as Boas Novas de acordo com Mateus completamente em hebraico...Tal qual foram escritas originalmente.” (Epifânio;Panarion.29)
O historiador Justo L. Gonzales diz em seu livro História do Cristianismo dos primeiros crentes “ ...Não pensem que eles pertenceram a uma nova religião. Eles eram judeus, e a única diferença que os separavam do restante, é que eles acreditavam que o Messias havia chegado, enquanto os demais judeus ainda aguardavam a vinda do Messias”.
E de acordo com Jerônimo os nazarenos eram aqueles que aceitam o Messias de uma forma que não deixam de observar a “velha Lei”
A respeito da Seita dos Nazarenos, creio ser interessante comentarmos algo sobre a palavra “seita”, e isto vai nos indicar ainda mais a posição da Comunidade do 1º século dentro do judaísmo da época.Bem, “seita” no sentido original "heiresis" no grego é uma divisão, uma ramificação, donde vem a palavra " herege", ou seja, alguém que faz parte de uma seita.Bom, seria como no judaísmo na época de Jesus por exemplo, o judaísmo tinha a seita dos saduceus, dos fariseus, dos essênios, dos zelotes, e os discípulos de Jesus no 1º séc eram considerados a como a SEITA DOS NAZERENOS , e isto simplesmente porque eram considerados uma ramificação do judaísmo, eles eram uma divisão do judaísmo, ou seja, não estavam totalmente associados ao conceito do judaísmo , mas também não estavam totalmente afastados, o que ligava ao judaísmo era a Lei e os Profetas, e não os costumes e tradições.Mas hoje em dia "seita" tem um sentido mais pejorativo e ruim, mas é simplesmente uma ramificação ou uma divisão, e isto pode ser tanto para o bem quanto para o mal.Então pode haver uma seita boa quanto má, pois seita só caracteriza uma divisão ou ramificação de um grupo maior.
At 5.17 - Levantando-se, porém, o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele, isto é, a SEITA DOS SADUCEUS, tomaram-se de inveja
At 15.5 - Insurgiram-se, entretanto, alguns da SEITA DOS FARISEUS que haviam crido, dizendo: É necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés.
At 24.5 - Porque, tendo nós verificado que este homem é uma peste e promove sedições entre os judeus esparsos por todo o mundo, sendo também o principal agitador da SEITA DOS NAZARENOS (discípulos de Jesus),
At 24.14- Porém confesso-te que, segundo o CAMINHO, a que chamam SEITA, assim eu sirvo ao Deus de nossos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo COM A LEI E NOS ESCRITOS DOS PROFETAS
E isto nos mostra que os discípulos de Jesus e a comunidade do 1º séc eram considerados parte do judaísmo , porém sendo uma ramificação e não algo isolado ou afastado do conceito do judaísmo.Não eram considerados Cristianismo, mas permaneciam na Lei e nos Profetas. Através desses relatos podemos observar que haviam os nazarenos que seguiam Jesus, viviam a Lei, mas não estavam ligados ao cristianismo.Eles são tidos como pessoas que estão fora do cristianismo e são comparados a judeus. Jerônimo e o Padre Epifânio, os quais estão no contexto do cristianismo, consideram estes nazarenos como sectários. Portanto, a Igreja desde a sua origem em Abraão e após Jesus , possui sua base hebraica, e é formada por aqueles que estão dentro do contexto hebraico de Jesus, da Torá, Israel e Jerusalém.
3. Afastamento do contexto hebraico e introdução do contexto grego
E com o passar dos anos houveram alguns acontecimentos que acabaram por ofuscar a base hebraica da Comunidade dos discípulos do 1º séc.Contudo, precisamos entender que a Igreja Verdadeira do Eterno sempre teve remanescentes fiéis , que não se corromperam com o contexto Greco romano, e não deixaram suas raízes hebraicas. Mas veremos a seguir alguns fatos que fizeram com que se criasse uma imagem falsa da Igreja do Eterno, ou seja, uma igreja sem o elemento hebraico começa a entrar em cena paralelamente a verdadeira .
- Ano 70 d.C – Destruição de Jerusalém
Creio que o primeiro passo para o afastamento da Igreja de suas raízes ocorreu no ano 70 d.C
,quando os crentes em Jesus fugiram de Jerusalém por causa da destruição causada por Tito, acontecendo assim a diáspora(dispersão dos judeus pelo mundo). Os judeus interpretaram este fato ocorrido como sendo o cumprimento de Mt 24.15.
- Ano 100 morre o ultimo dos apóstolos(emissários), a saber João.
Devido a morte de João começam a surgir mais “pais” gregos da Igreja.Homens e mulheres que começam a seguir Jesus, porém carregam consigo muitos dos costumes pagãos ainda, e seguem a Jesus com um pensamento grego ou romano.
- Revolta dos Judeus – Bar-kochba ( 132-135d.C):
Neste período o imperador de Roma Adriano se mostra apararentemente favorável aos judeus, dando liberdade para que fosse reconstruído o Templo em Jerusalém, porém a intenção de Adriano era paganizar Jerusalém construindo um templo a Júpter .Os judeus descobriram o intento do imperador, e após uma viagem dele ,resolveram se revoltar contra Roma.O resultado foi a morte e a prisão de muitos judeus.Vários foram levados cativos como escravos para outras nações. Os judeus foram proibidos de entrarem em Jerusalém , exceto no dia da derrota para chorarem os mortos.Jerusalém se tornou Aelia Captolina, e a Judéia , Síria Palestina.Adriano continuou a perseguir os judeus, proibindo os serviços da Torah no Sábado, a circuncisão, e tudo o que se referia ao elemento judaico. E no meio desta perseguição surge com mais evidência os “cristianismo” como religião afastada do elemento hebraico, da Lei e dos Profetas.Levantam-se os defensores do “cristianismo”, que passaram a dizer que o cristianismo não tinha ligação com os judeus, mas era universal(católico).
- Inacio (98 - d.C Antioquia) :
Cria o termo “cristianismo” e é o primeiro a usar o termo Igreja Catolica, reconhecia a superioridade de Roma. Opunha-se aos judeus.
E esta defesa ao “cristianismo” nos mostra que os discípulos de Jesus viviam como judeus.Por que? Porque viviam a mesma Torá.Qual Lei diz para não se comer porco ou guardar o Sábado? A Torá.Logo, os romanos olhavam para aqueles que assim faziam, mesmo não sendo judeus naturais, e automaticamente os consideravam como judeus naturais.Então por isso, para fugir da perseguição, os defensores do cristianismo acabaram se afastando do contexto hebraico, e declarando que nada tinham a ver com os judeus.
E a história continua com o surgimento de mais “pais” gregos “cristãos”, e assim disseminando a cultura grega , o anti-semitismo e se afastando da cultura hebraica.Vejamos alguns:
- Justino Mátir(grego 100-170 d.C) :
Apologista,Filósofo e cristão, escreveu duas obras “Apologias” - contra os pagãos - e “um Diálogo com o judeu Trifão” - contra os hebreus.Escreveu Em um diálogo com Trifon , um judeu, Justino diz “ a Bíblia não é mais vossa, mas nossa” . Ele também era convencido de que a filosofia grega tende para Cristo.
- Marcião de Sinope( 110 – 160 d.C) :
Cria o termo Velho testamento e Novo Testamento, porque dizia que o deus do velho era ruim e criador das leis judaicas e o do novo era bom e misericordioso, então ele cria essa dicotomia.Dizia que o cristianismo veio para substituir o judaísmo e que o D’us dos judeus era imperfeito.Diz-se que Marcião considerou o ato de gerar um ato de grande indecência de D’us, pois se referia a localização da vagina.Afirma ele: “nascemos entre as fezes e a urina” Na metade do Segundo Século, Márcion eliminou de suas cópias do Evangelho segundo Lucas todas as referências feitas a formação judaica de Jesus.”(Metzger, The Text, Pag 201)
- Cipriano de Catargo (200-258 d.C) :
Em 250, escreveu:” o diabo é o pai dos judeus”
- Agostinho* de Hipona (354 – 430 d.C) :
Em 415, ele escreve que os judeus carregam eternamente a culpa pela morte de Jesus, o qual pensam ser o mesmo Jesus.Ele também cria a chamada teologia da substituição, a qual descreve a substituição da nação Israel pela Igreja e que antes do advento de Cristo, quem representava Deus era Israel , mas após a sua vinda é a Igreja (com a exclusão dos judeus) que tem essa função sendo o “Israel espiritual” ou o “novo Israel”.Por isso era necessária a conversão dos judeus ao catolicismo.Essa teologia tornou-se popular em seu livro “ A cidade de Deus”. As escrituras nada falam sobre isso, pelo contrário, as nações(gentes) no Messias são enxertadas em Israel e desfrutam das mesmas promessas.(Rm 11)
- João Crisostomos ( 344d.C)
Pregava contra os judeus, em um de seus sermões ele diz o seguinte:
«Não vos deixem surpreender por eu ter chamado os Judeus de desastrosos. Porque eles são mesmo desastrosos e miseráveis. Aqueles que rejeitaram tão fervorosamente e recusaram as muitas boas coisas que o céu lhes colocou nas mãos. Eles conheceram os profetas desde a infância e crucificaram aquele que tinham profetizado. Aqueles que foram chamados a ser filhos desceram à raça de cães.»
«Animais sem entendimento, quando gozam de manjares que enchem e engordam, tornam-se mais difíceis e incontroláveis e não tolerarão uma canga ou rédeas, ou a mão do condutor. E o mesmo com a nação dos Judeus: porque eles se voltaram para o mal extremo, tornaram-se irrequietos e não aceitaram o jugo de Cristo nem serem colhidos pela ceifa dos seus ensinamentos.»
«Tais animais que não pensam são próprios para o abate, porque eles não são próprios para trabalhar. Os Judeus não têm experiência nisso: porque se mostraram inúteis para o trabalho, eles tornaram-se apropriados para serem mortos. Eu sei que muitas pessoas respeitam os Judeus e vêem a sua vida como honorável. Eu exorto-vos por isso a colher esse preconceito depravado pelas raízes. Já disse que a sinagoga não é melhor do que um teatro. Na verdade, a sinagoga não é apenas um bordel e um teatro, mas também um antro de ladrões e abrigo para selvagens. E não apenas para selvagens mas mesmo para selvagens impuros.»
- Concílio de Nicéia (325 d.C) :
E assim, chegamos ao famoso Concílio de Nicéia.Neste episódio, Constantino está em uma disputa pela unificação de Roma, pois Roma estava dividida em quatro impérios, e na última batalha Constantino disse ter tido uma visão de um sinal nos céus, o qual entendeu ser símbolo do “cristianismo”, e então se ganhasse a batalha ele prometeu tornar o “cristianismo” a religião oficial de Roma.Pois já que o propósito era unificar o Império, então se precisaria também de uma única religião.
Constantino ganha a batalha e oficializa o cristianismo como religião oficial de Roma.Ocorre o sincretismo religioso, união entre o paganismo, judaísmo e cristianismo. Uma fusão entre o Estado e a Igreja.E também percebemos o Anti-semitismo na nova religião, pois foram queimados os livros judaicos e mudou-se a Páscoa para o domingo, para que não fosse realizada no mesmo dia que a Páscoa judaica, com a justificativa : "Seria o cúmulo da falta de reverência seguirmos as tradições dos judeus nesta maior de todas as festas. Não devemos ter nada em comum com esse povo abominável".
* Segundo historiadores, Agostinho e Tomás de Aquino foram os responsáveis pelo resgate cristão da filosofia de Platão e
Aristóteles.
Pois bem, no auge de Roma, após o Concílio de Nicéia(325 a.C), o bispo Jerônimo conclui a tradução da Septuaginta** para o latim.
Havia neste tempo muitos esforços para que houvesse uma religião unificada , gerando assim um controle sobre o povo, pois quem controla o povo, tem poder sobre o império.E esta versão feita por Jerônimo segundo relatos de estudiosos e até no livro” Jerônimo , o tradutor da Bíblia”, houve muitas adulterações , mantendo de uma certa forma o politeísmo romano e grego, para que os pagãos pudessem adentrar e serem atraídos na nova religião e não haver tantos problemas. Vemos este tipo de sincretismo no Brasil colonial também, onde ocorreram muitos sincretismos, por exemplo, Maria do catolicismo se tornou Iemanjá do candomblé.
Há uma citação de Metzger afirmando que : “ Irineu, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Eusébio, e muitos outros Pais da Igreja acusaram os hereges de terem adulterado as Escrituras com a finalidade de prover apoio para seus pontos de vista particulares.Na metade do Segundo Século, Márcion eliminou de suas cópias do Evangelho segundo Lucas todas as referências feitas a formação judaica de Jesus.A Harmonia do Evangelhos de Taciano contem várias alterações textuais que deram apoio ao ponto de vista ascético ou da seita incratita.”(Metzger, The Text, Pag 201)
E de acordo com Gilberto Pickering no livro “Qual o texto original do Novo Testamento”, Gaio, um pai ortodoxo que escreveu entre 175 e 200 d.C , cita Asclepíades, Teódoto, Hermófilo, e Apollonides como hereges que prepararam cópias das Escrituras e que tinham discípulos que multiplicaram cópias dessas fabricações.
A septuaginta, como vimos, é versão grega dos livros do chamado Velho Testamento, foram escritos por judeus que estavam no período Helênico (Séc IV – I a.C), considerado por alguns como a primeira globalização, onde havia a mesma moeda, a mesma língua, valores. E este período era dominado pelo império macedônio, por Alexandre Magno.E após a sua morte, o reino foi dividido, e Tolomeu reinou sobre o Egito, e este libertou os judeus e pediu ao Sacerdote Eleazar para que fosse traduzido para o grego as leis judaicas para que fizessem parte de sua biblioteca(Flavio Josefo.História dos Hebreus.pp 511). Há relatos que a parte da tradução mais fiel seja a Torá ou o Pentateuco (5 primeiros livros), e talvez assim foi devido ao grande zelo de Israel para com a Torá e o mandamento de não se acrescentar e nem tirar nada destes livros.Então neste período Helênico, onde prevalecia a cultura grega, pode ter ocorrido algumas influências gregas nas traduções dos demais livros e escritos fora do Pentateuco.
Algo interessante , é que este desejo que moveu o surgimento de uma religião unificada no auge de Roma, pode ser visto em alguns reflexos no grego do chamado NT. Onde por exemplo, temos nomes de deuses gregos como:
- Chronos – ídolo grego pai de Zeus que engoliu seus filhos e estes filhos ficaram vivos em seu ventre. Zeus, porém conseguiu escapar de ser engolido por seu pai.
Só quero fazer uma observação, “Chronos” se refere ao “tempo humano”, daí temos a palavra “cronológico”. Pois bem, se pensarmos assim, o tempo engole seus filhos. Este é um pensamento grego que remonta em nossos dias, ou seja, as pessoas são engolidas pelo tempo, presas no ativismo, totalmente contrária ao pensamento hebraico, onde o tempo é para servir o homem e não o homem ao tempo.
** Versão grega do "Antigo testamento - TANACH " , traduzida por 70 sábios judeus no 3º séc a.C, no período helênico.
1Ped 1:20 conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos(chronos), por amor de vós
- Hades – ídolo grego que dominava sobre o lugar também chamado “ hades” relacionado a vida após a morte. Um lugar subterrâneo, onde se tinha o paraíso para as pessoas mais gloriosas e que honravam os deuses, e também tinha o “tártaro”, o nível mais baixo do mundo inferior, e os que eram ruins e desonravam os deuses eram condenados a este lugar por toda a eternidade.
Essas duas palavras são usadas no grego do Novo Testamento, tanto Hades, quanto Tártaro .
2Ped 2:4 Ora, se D-us não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno(Tartaro), os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo;
Apoc 1:18 e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno (Hades).
No sentido bíblico hebraico não há um local para quando morremos. Sheol ,a palavra hebraica para a qual se traduz inferno em nossas bíblias, significa “sepultura”.
- Ouranos – ídolo grego relacionado ao céu.
Apoc 20:9 Marcharam, então, pela superfície da terra e sitiaram o acampamento dos santos e a cidade querida; desceu, porém, fogo do céu(ouranos) e os consumiu.
O ponto que quero trazer aqui é o fato de que estes nomes provavelmente não seriam escritos pelos emissários(apóstolos) hebreus. E se levarmos a nossa mente para o contexto em que essa religião em Roma estava sendo articulada, ou seja, em prol de agregar mais adeptos para que o Império fosse fortalecido, então, fica fácil entendermos que os gregos da época se sentiam muito confortáveis ao lerem escritos sagrados em que continham nomes de ídolos que eles conheciam muito bem, era mais fácil a familiarização com o “cristianismo”( a nova religião), pois personagens de sua mitologia estavam presentes, e com isso não precisavam mudar os conceitos e pensamentos que eles já tinham estabelecidos a cerca do “céu –ouranos”, do “tempo –chronos”, do “inferno – hades”, e assim por diante, isto é, o conceito e a mentalidade permaneciam os mesmos.E sendo assim, esses pensamentos gregos continuam percorrendo pela história até hoje .
E a Renacença no séc XV d.C no período de transição entre a Idade Média e a Moderna contribuiu para isto .Houve um renascimento , uma volta as referências da antiguidade clássica: Gregas e romanas.Entendo que este renascimento se estende até os dias de hoje.
E após o período da Renascença, temos a Reforma Protestante, temos Martinho Lutero como o mais famoso reformador.
- Martinho Lutero( alemanha 1483- 1546 d.C.) :
Ele colocou as suas 95 teses contra algumas ações de Roma na porta da Igreja Católica, mas também influenciou um pensamento anti-semita escrevendo um tratado,o qual também pode ter servido de base ao nazismo ( pois o texto foi citado pelos nazistas durante o Julgamento de Nuremberg para justificar a Solução Final).
Vejamos alguns trechos de seu tratado “os judeus e suas mentiras”
“(…) Finalmente, no meu tempo, foram expulsos de Ratisbona, Magdeburgo e de muitos outros lugares… Um judeu, um coração judaico, são tão duros como a madeira, a pedra, o ferro, como o próprio diabo. Em suma, são filhos do demônio, condenados às chamas do Inferno. Os judeus são pequenos demônios destinados ao inferno.”
“Queime suas sinagogas. Negue a eles o que disse anteriormente. Force-os a trabalhar e trate-os com toda sorte de severidade … são inúteis, devemos tratá-los como cachorros loucos, para não sermos parceiros em suas blasfêmias e vícios, e para que não recebamos a ira de Deus sobre nós. Eu estou fazendo a minha parte.”
“Resumindo, caros príncipes e nobres que têm judeus em seus domínios, se este meu conselho não vos serve, encontrai solução melhor, para que vós e nós possamos nos ver livres dessa insuportável carga infernal – os judeus.”
Portanto, o “cristianismo protestante”, continua com o mesmo pensamento grego e romano.Houve apenas algumas reforma, mas não um retorno a originalidade.
E algo interessante que podemos perceber é que desde o 1º séc , a pessoa de Jesus era estranha para a filosofia grega, assim como vemos no episódio em que Paulo fala com os filósofos gregos, e estes acham a mensagem de Jesus, uma mensagem estranha aos seus ouvidos, e eles consideram Jesus um ídolo estranho.
At 17:18-21 E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele, havendo quem perguntasse:
Que quer dizer esse tagarela? E outros: Parece pregador de estranhos deuses; pois pregava a Jesus e a ressurreição Então, tomando-o consigo, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos saber que nova doutrina é essa que ensinas? 20 Posto que nos trazes aos ouvidos coisas estranhas, queremos saber o que vem a ser isso. 21 Pois todos os de Atenas e os estrangeiros residentes de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades.
Isto nos mostra que o "Jesus" que hoje se conhece, não é o mesmo referido por Paulo, pois esse "Jesus" foi associado na filosofia grega por meios dos "Pais gregos" da igreja cristã, e assim introduzido por eles ao pensamento"cristão".E desta forma, o Jesus que se vê está com características gregas, e assim, o Jesus no seu contexto hebraico original se torna muitas vezes estranho ao “cristianismo” atual, pois está com uma mentalidade grega, e acontece o que aconteceu com Paulo ao falar de Jesus para os gregos, ou seja, eles dizem : “Parece pregador de estranhos ídolos”

Portanto, a Comunidade dos discípulos de Jesus está fora deste contexto grego “cristão”.