O pensamento de uma
aliança, um povo, Um Deus, uma palavra é um pensamento difícil para os cristãos
(ou a teologia sistemática), mas no contexto hebraico das Escrituras é muito
simples, pois está na sua originalidade.
De início precisamos
compreender que o Eterno é Um.
Deut. 6:4 Ouve, Israel, o Eterno é nosso Deus, o Eterno é Um.
“Jesus veio restaurar
a aliança quebrada e não trazer outra aliança, quando em Jr 31:31 ou Hb8:8,onde
se trata da chamada nova aliança com a casa de Israel e a casa de Judá”, esta
palavra” nova” se refere a “restauração” da aliança já existente do Sinai com
Israel (tanto naturais como não naturais reunidos no monte).
Jr 31.31 -Eis aí vê dias,
diz o Senhor, em que firmarei nova (restaurada- chadash) aliança com a casa de
Israel e com a casa de Judá.
E quando no texto de
Hebreus se refere a primeira e segunda aliança não é com respeito a alianças
diferentes, mas sim de TEMPOS DIFERENTES, mas a aliança é a mesma, o povo é o
mesmo, o propósito é o mesmo e a Noiva é a mesma.
E no final do texto
diz assim:
Hb 8. 12 -Pois, para com
suas iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me
lembrarei.
Logo, notamos que
Deus está falando de um tempo em que houve iniqüidade e desvio, e esta aliança
não é outra, mas é o renovo da aliança já existente, onde não se lembrará do
desvio ocorrido no tempo passado, mas os laços matrimoniais são renovados assim
como na figura do profeta Oséias e o seu casamento com uma prostituta, ou seja,
Deus restaura a aliança matrimonial com aquela que se prostituiu com outros.
Veja a palavra de
Deus ao profeta Oséias, que há restauração da ALIANÇA e NÃO outra ALIANÇA com
seu POVO.
Os. 2.2-23 -porque sua mãe se prostituiu; aquela que os concebeu houve-se torpemente;
porque diz: Irei após os meus amantes, que me dão o meu pão e a minha água, a
minha lã e o meu linho, o meu óleo e as minhas bebidas. E naquele
dia, diz o Senhor, ela me
chamará meu marido; e não me chamará mais meu Baal.
Os. 3.1-5 -Disse-me o Senhor: Vai
outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo, e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora
eles se desviem para outros deuses, e amem passas de uvas.
Quando Jesus estava na ceia de Páscoa, Ele
diz “este é o sangue da aliança”, de que aliança Ele estava falando? Naquele momento
Jesus estava repetindo as palavras de Moisés no Sinai.
Ex 24.8 -Então tomou Moisés aquele
sangue, e espargiu-o sobre o povo e disse: Eis aqui o SANGUE DA ALIANÇA que o Senhor tem
feito convosco no tocante a todas estas palavras.(Torah)
Esta aliança diz respeito à aceitação do
contrato de chamado Lei (Torah), o povo aceitou o contrato, mas depois rejeitou
seguindo outros maridos. E Jesus diz acerca do seu sangue: ”este é o sangue da
aliança”, fazendo menção à aliança do Sinai, aqueles que estavam com Ele no
jantar de Páscoa sabiam muito bem do que ele estava falando, da restauração da
aliança e da unificação de Israel, dita em Jr. 31.31.
Esta divisão de testamentos e alianças foi
algo feito pela IGREJA CRISTÃ UNIVERSAL ROMANA, e se evidencia mais no ensino
de Marcião, no séc. II. Ele dizia que havia dois DEUSES, um deus do VELHO TESTAMENTO,
o qual era ruim criador das leis judaicas, e um deus bom do NOVO TESTAMENTO, o
qual era misericordioso, e ele ensinava que somente o novo testamento servia
para igreja “cristã”, e assim criou-se uma divisão.
E a Igreja Católica Cristã, nasceu em um seio
antissemita, e centro da “Teologia da Substituição” mais evidenciada por “Agostinho”,
o qual dizia que Israel foi substituído pelo “cristianismo” nos planos de “deus”,
agora era a Igreja Cristã que era a detentora dos planos de “deus” na terra e
não mais Israel. E assim acabou-se dividindo mais, e segundo o pensamento “cristão”
o Velho Testamento diz respeito a Israel, e o Novo Testamento está relacionado
a Igreja Cristã. E esta divisão veio
de homens e não do Deus de Israel. Os escritos dos discípulos do 1º séc. não é
uma nova historia contada por eles ou criada por Jesus, mas é o relato de como
a comunidade do 1º séc. vivia a Lei e os Profetas na pessoa de Jesus. E quando
em seus escritos eles se referem às Escrituras eles estão dizendo da Lei e dos
Profetas, essa sempre foi as Escrituras para os apóstolos e Jesus.
Esta divisão acaba distorcendo o discernimento
do REINO e dos propósitos de DEUS.
Nada ainda mudou. Nem um til ou traço da Lei
e dos Profetas foi removido. Não há uma divisão de testamentos.
A primeira vinda do Messias não alterou a
ordem na terra, somente na sua segunda vinda é que alterá a ordem.
O Reino não se estabelece agora, e nem o
Sacerdócio do Reino se exerce agora. Os filhos nascem depois do casamento e não
ao contrario. O sacerdócio é estabelecido quando a Casa Espiritual estiver
estabelecida e não antes.
A restauração da aliança ainda não está
vigorando. Deus neste momento está chamando o povo para restaurar a aliança,
para ser vigorada nas BODAS DO CORDEIRO,
ou seja, no casamento, onde a aliança matrimonial é renovada com a aceitação do
contrato de casamento (Torah).
Então confirmará o casamento proposto no
Sinai, onde o povo (a Noiva) assumiu um compromisso de fidelidade com o Noivo
até o dia do casamento dizendo:
Êx 19.8 -Então todo o povo respondeu a uma voz, e disse: Tudo
o que o SENHOR tem falado, faremos. E relatou Moisés ao Senhor as palavras do
povo
A Noiva disse sim para o Noivo,
para então se casar nas Bodas do Cordeiro.
Ap. 19.7 -Regozijemo-nos, e
alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já
a sua esposa se aprontou.
Ap. -E veio a mim um dos sete
anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo,
dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro.