Atualmente, vemos
cristãos de vários segmentos com uma enorme dificuldade de compreenderem como a
graça perdoadora do Eterno pode caminhar junto com a obediência às Suas Leis.
Muitos se perdem em descontextualizações dos vários discursos de Jesus e seu discípulo
Paulo, apregoando um evangelho sem esforço, sem busca por santidade, sem bons
frutos, sem boas obras, sem nada! Percebemos então um dos maiores problemas com
o cristianismo de nossos dias: as pessoas não tem problema em aceitar Jesus
como Salvador, mas não conseguem aceitá-lo como REI. Isso ocorre pois REIS demandam
fidelidade e obediência, assim como Jesus exige de nós. A má compreensão
da obra do Messias e sua Graça tem ofuscado a importância da obediência nos
meios cristãos. Porém, Jesus é claro ao enfatizar a necessidade da BUSCA por
santidade e obediência para agradarmos a Deus, uma vez já alcançados pela Sua
graça. Não dá pra “varrer” esse ensino pra debaixo do tapete, como muitos
teólogos tentam fazer. Ao recebermos a ele como nosso Senhor, recebemos também
a medida de fé e graça para perseverarmos em BOAS OBRAS. Quem não se esforça e
não tenta dar o seu melhor, não honra o sacrifício feito por ele. É como sempre
digo: “Eu não obedeço a Deus para ser salvo, eu obedeço a Deus porque SOU salvo.”
A soteriologia sem
raízes tem causado uma impressão errônea do que significa ser “salvo” pela
graça de Deus. Os reformistas do séc. XVI apregoavam um conceito de
predestinação à salvação estranho à Bíblia e aos ensinos de Jesus, defendendo-a
sob um prisma exclusivista (e por que não racista) nos meios protestantes.
Porém, contrariando tais ensinos medievais, Jesus não deixa dúvida alguma sobre
a necessidade de valorizarmos nosso chamado e nossa salvação: “Se vós
PERMANECERDES na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; e
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (Jo 8:31-32).
Há um outro texto
dito pelo próprio Deus ao profeta Ezequiel que traz luz e entendimento a essa
questão. Vejamos: “Tu, pois, filho do homem, dize aos filhos do teu povo: A
justiça do justo não o livrará no dia da sua transgressão; quanto à
perversidade do perverso, não cairá por ela, no dia em que se converter da sua
perversidade; nem o justo pela justiça poderá viver no dia em que pecar. Quando
EU disser ao justo que, certamente, viverá, e ele, confiando na sua justiça,
praticar iniquidade, não me virão à memória todas as suas justiças, mas na sua
iniquidade, que pratica, ele morrerá. Quando EU também disser ao perverso:
Certamente, morrerás; se ele se converter do seu pecado, e fizer juízo e
justiça, e restituir esse perverso o penhor, e pagar o furtado, e andar nos
estatutos da vida, e não praticar iniquidade, certamente, viverá; não morrerá.
De todos os seus pecados que cometeu não se fará memória contra ele; juízo e
justiça fez; certamente, viverá. Todavia, os filhos do teu povo dizem: Não é
reto o caminho do Senhor; mas o próprio caminho deles é que não é reto.
Desviando-se o justo da sua justiça e praticando iniqüidade, MORRERÁ nela. E,
convertendo-se o perverso da sua perversidade e fazendo juízo e justiça, por
isto mesmo VIVERÁ.”(Ez 33:12-19)
Os pais da reforma protestante (Calvino e Lutero) cunharam um conceito de predestinação contrário aos Ensinos de Jesus e dos profetas de Israel
Assim, aprendemos com
os profetas de Israel e com o Messias Jesus que a salvação é dom de Deus, mas
pode sim ser perdida caso a pessoa volte à transgressão e ao pecado. É verdade
que todos pecamos e carecemos da graça de Deus, mas isso não deve ser usado
para vivermos uma vida de pecado e sem novidade de vida, sem santidade e sem
oferecermos a Deus o nosso melhor. Jesus foi claro ao dizer que “todo ramo que,
estando em mim, não der fruto, Ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para
que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho
falado; PERMANECEI em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo
produzir fruto de si mesmo, SE não permanecer na videira, assim, nem vós o
podeis dar, SE não permanecerdes em mim“. (Jo 15:2-4).
Ou seja, depois de
alcançados pela Graça de Deus somos ordenados a PERMANECER no caminho da
Salvação. E isto é feito mediante a obediência e fidelidade à Deus e aos Seus
mandamentos. Paulo afirma: “Naquele tempo, que resultados colhestes? Somente as
coisas de que, agora, vos envergonhais; porque o fim delas é morte. Agora,
porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso
FRUTO para a SANTIFICAÇÃO e, por fim, a vida eterna; porque o salário do pecado
é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso
Senhor” (Rm 6:21-23 )
Deixo claro para
todos os leitores que NÃO somos salvos pelas obras, PORÉM, OBRAS são esperadas
dos que foram salvos. Não há como sair desse princípio. Alguém que está na
videira DEVE produzir bons frutos. Não fomos salvos por que merecíamos, mas uma
vez alcançados por Deus, BONS FRUTOS são esperados de nós. O texto de Ezequiel
33 é claro, e não há como retirá-lo de contexto pois o mesmo está claro por si
próprio. SOMOS SALVOS PELA GRAÇA PARA ANDARMOS EM NOVIDADE DE VIDA (SANTIDADE,
FRUTOS, ETC.). Quem é salvo pela graça e opta por VOLTAR aos caminhos do
pecado, deve se arrepender e voltar, pois se permanecer no pecado, NO PECADO
MORRERÁ. Deus é amor, mas também é justiça. Ele sabe que jamais poderemos ser
100% justos, mas Ele julga o nosso coração e a nossa atitude. Eu não sou
perfeito, mas luto e me empenho para ser e farei isso até o dia de minha morte!
Eu peco, mas luto e me empenho para jamais pecar! Esta deve ser a intenção do
coração de quem busca a justiça de Deus, a verdadeira “INTENÇÂO” que os sábios
de Israel tanto nos ensinam. Quem ama obedece e luta para ser
irrepreensível para AGRADAR aquele que nos salvou. “Se me amais, GUARDAREIS os
meus mandamentos” (Jo 14:15). E ainda, “Aquele que TEM os meus MANDAMENTOS
e os GUARDA, este é o que me ama!” (Jo 14:21). Segundo Jesus, não existe amor
sem obediência e sinceridade de coração.
É isso que se espera
de quem já foi SALVO pela graça: AMOR, OBEDIÊNCIA e busca por SANTIDADE. A
salvação é um DOM, e como todo dom, pode ser negligenciado e desprezado por
quem o recebeu. O autor de hebreus expressa isso muito bem: “Porque a terra que
absorve a chuva que frequentemente cai sobre ela e PRODUZ erva útil para
aqueles por quem é também cultivada recebe bênção da parte de Deus; mas, se
produz espinhos e abrolhos, É REJEITADA e perto está da maldição; e o seu fim é
ser queimada. Quanto a vós outros, todavia, ó amados, estamos persuadidos das
coisas que são melhores e pertencentes à salvação, ainda que falamos desta
maneira. Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do
amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos
santos. Desejamos, porém, CONTINUE cada um de vós MOSTRANDO, até ao fim, a
mesma DILIGÊNCIA para a plena certeza da esperança; para que não vos torneis
indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam
as promessas”. (Hb 6:7-12)
Quem tem ouvidos para ouvir… ouça!!! Que possamos sempre buscar o entendimento da Palavra de Deus em seu contexto original, sem sofismas ou deturpações de homens, vivenciando as revelações do Espírito do Deus vivo
Quem tem ouvidos para ouvir… ouça!!! Que possamos sempre buscar o entendimento da Palavra de Deus em seu contexto original, sem sofismas ou deturpações de homens, vivenciando as revelações do Espírito do Deus vivo
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