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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Conhecendo a doutrina da "Trindade" Parte III


A doutrina da trindade nem sempre foi uma  parte do ensinamento cristão. De fato, esta doutrina não foi formalmente estabelecida até o século XIV. É muito interessante conhecer e aprender sobre a história desta doutrina. Este livro foi elaborado para mostrar como a doutrina começou a ser discutida, os eventos que ocorreram para a formulação da mesma e a maneira como foi finalmente aceita. Muito da historia que você irá aprender está no livro intitulado "The Two Republics" (As duas Repúblicas), escrito por A. T. Jones e publicado em 1891 pela Review and Herald Publishing Company (Editora Adventista) em Battle Creek, Michigan. Todas as citações neste material foram extraídas deste livro, caso contrário, as fontes estarão citadas e as páginas referenciais estarão mencionadas. (Tudo de autoria própria será posto em tipo e estilo diferente de letras). "Obs: Isto foi suprimido".

Vamos ver primeiro o modo como iniciou a controvérsia. Esta discussão é freqüentemente chamada de “A Controvérsia Ariana”. Levantaremos a história a partir de um incidente ocorrido na cidade de Alexandria nos primórdios da igreja primitiva pouco tempo depois da morte dos apóstolos de Cristo.
 “Naquela ocasião Alexandre era bispo de Alexandria e Ário era o presbítero responsável numa paróquia da igreja na mesma cidade. Alexandre tentou explicar ‘a unidade da Santíssima Trindade’. Ário discordou da visão apresentada por Alexandre. Uma classe do sínodo dos presbíteros da cidade foi chamada, e a questão foi discutida. Ambos os lados clamaram vitória, e a controvérsia espalhou-se. Então Alexandre convenceu a um concílio de cem bispos, e a maioria dos pontos de vista de Alexandre foram aceitos. Depois disto, Ario recebeu ordens de abandonar suas próprias opiniões para se adaptar às opiniões de Alexandre. Ário refutou, e Alexandre o excomungou junto com todos os outros que sustentavam a mesma opinião de Ário”. “Era um número considerável de bispos e outros clérigos, que apoiavam a Ário”. Era de fato muitas pessoas que o apoiavam. (Pág. 332) Como você pode ver, não era uma pequena controvérsia.
Qual era o significado da controvérsia?
Eram dúvidas em relação à natureza do Filho de Deus. O problema era: O Filho é da mesma substância ou é parecido em substância, com o Pai? Essa era a questão em discussão. A controvérsia foi tratada em cima de termos do idioma grego, e como foi expressa em grego, toda questão girava em torno de uma simples palavra. A palavra que expressava a crença de Alexandre é Homoousion. A palavra que expressava a crença de Ário é Homoiousion. Uma das palavras tem dois ‘i’s, e a outra tem só um. Mas, o por quê a palavra deveria ou não deveria ter aquela letra ‘i,’ adicional, nenhuma das partes puderam determinar com exatidão. Até o próprio Atanásio, que sucedeu Alexandre no bispado de Alexandria, e o transcendeu em outras qualidades, confessou francamente que todas as vezes que ele forçou seu entendimento para meditar sobre a divindade do Logos, era uma penosa tarefa e um inútil esforço que fazia. Sempre ele voltava ao ponto inicial e quanto mais ele pensava, então menos compreendia; e quanto mais escrevia, menor era a sua capacidade de expressar seus pensamentos. ( “Gibbon, Declínio e Queda, Cap. V, versão inglesa par. i ”. Pág. 334)
É bem interessante notar que nem mesmo o principal disseminador da visão de Alexandre, o próprio Alexandre, entendia as coisas que ele estava querendo obrigar aos outros a aceitar. Parecia uma idéia maravilhosa, como então muitas pessoas estavam relutando em aceitar estas novas visões sobre Deus?
Vejamos as idéias que Alexandre disseminou.
“Alexandre declarou: —‘O Filho é imutável e invariável, auto-suficiente e perfeito como o Pai, diferenciado somente em autoridade e em que, o Pai é um não gerado. Ele é a imagem exata de Seu Pai. Ele é a imagem que existe do arquétipo [original]; Foi isto que nosso Senhor ensinou quando disse, ‘Meu Pai é maior que Eu.’ E por essa razão acreditamos que o Filho procedeu do Pai; pois Ele é o reflexo da glória do Pai, e a imagem de Sua substância". Porém, ele não deixou que ninguém fosse conduzido disto à suposição de que o Filho, é não-gerado, como é crido por alguns que são deficientes em raciocínio intelectual: Isso apenas para dizer que Ele era, que Ele sempre foi, e que Ele existiu antes de todas as eras, e não dizer que Ele não é gerado”. (Pág. 333).
De acordo com Alexandre, a única diferença entre o Pai e o Filho é que o Filho foi gerado. Explicando como o Filho foi gerado, Alexandre cita Jesus dizendo que Ele procedeu do Pai. Ainda em sua declaração final, Alexandre afirma concernente ao Filho “que Ele sempre foi”. De alguma maneira ele lutou para conciliar a idéia do Filho que é gerado com a nova idéia de que Ele sempre existiu. Esta nova idéia, nós examinaremos mais adiante neste mesmo material.
Vamos ver agora o que Ário ensinou.
Ário disse: “Nós dizemos e acreditamos, é ensinado, e ensina-se, que o Filho não é um criatura, de maneira nenhuma uma criatura, até mesmo só em parte; e que a sua subsistência não depende de qualquer matéria; mas que pelo Seu próprio testemunho e palavra, Ele subsistiu antes do tempo, e antes das eras, como Deus perfeito, somente gerado e imutável, e não que Ele não existiu antes. Ele foi gerado, ou ‘criado’, ou pretendido, ou estabelecido. Ele não é criatura. Somos perseguidos porque dizemos que o Filho teve um começo, mas que Deus é sem início. Esta é realmente a causa de nossa perseguição, e também porque igualmente, dizemos que Ele não é do nada. E isto nós dizemos porque Ele é parte de Deus. Ele não é de qualquer matéria subjacente”.  (Pág. 333)
É interessante notar que Ário usou a palavra “criado” ao referir-se ao Filho de Deus, mas como você pode perceber, em sua declaração anterior, ele deixa claro ter entendido que Cristo foi gerado do Pai, e então teve um começo. Ário acreditou verdadeiramente que Cristo era “o único Filho gerado de Deus”.
A expansão da controvérsia
Ario escreveu sozinho um livro intitulado; “Thalia - Canções de Joy”. Uma coleção de canções nas quais ele expôs seus pontos de vista. Este livro foi bem aceito e nas festas deixava a todos em um estado de entusiasmo. As canções doutrinárias foram os meios pelas quais as doutrinas foram divulgadas em todos lugares. Alexandre também fez o mesmo, escrevendo cartas circulares e enviando-as para os principais bispos sobre o assunto. A controvérsia espalhou-se por todos os lugares e aprofundou-se tanto quanto se espalhou. (Pág. 332).
“Marinheiros, moleiros, e viajantes cantaram a discutida doutrina nas suas ocupações ou nas suas viagens. Em todo canto, em cada ruela da cidade [mais tarde isto foi dito de Constantinopla, mas deve ter sido mais verdade ainda em Alexandria] as ruas eram cheias desta discussão, os mercados, o drapers, os cambistas, os victualers. Pergunte para um homem' quanto falta?' Ele responde por dogmas, na existência de gerado e não-gerado. Pergunte o preço do pão, e lhe é respondido,' O Filho é subordinado ao Pai.' Pergunta-se pelo banho se está pronto, e lhe é dito, O Filho surgiu fora do nada”. (Stanley, História Igreja Oriental,' Leitura III, parte. 10).
“O sonho dourado de Constantino de uma Cristandade unida era novamente e gravemente perturbado”. (Pág.337).
Em um esforço para reunir as duas partes o imperador Constantino escreveu uma longa carta para Ário e Alexandre, expressando seu desejo de ter um reino unido. Porém, esta carta teve o efeito oposto, porque fez com que cada lado dissesse que já ganhara a aprovação do imperador. A discussão se aprofundou mais ainda em lugar de ser debelada.
O Concílio de Nicéia
Numa tentativa de resolver o assunto, Constantino convocou um concílio geral em 325 d.C. Realizado numa cidade chamada Nicéia (Que significa, Agradável) e assim ficou conhecido como “O Concílio Nicéia”. Estiveram presentes 318 bispos nesta reunião, sem contar, uma companhia inumerável de diáconos, presbíteros, assistentes, e outros criados.
"Então a grande questão que tinha sido a causa do chamado para o concílio foi levantada. Havia três grupos no concílio. Aqueles que apoiavam Alexandre, os que apoiavam Ário, e os que estavam reservados na esperança de se tornarem mediadores, estes ficaram neutros. Ário, enquanto não sendo um bispo, não pôde conquistar um assento oficial no concílio, mas ele tinha vindo sob a ordem expressa de Constantino. Freqüentemente ele era chamado para expressar as suas opiniões.' Atanásio que era o mais responsável pela presente condição da disputa, estava com o próprio Alexandre, entretanto só um diácono, veio com o bispo Alexandre. Este igualmente não se intitulou a um lugar oficial no concílio, porém, teve um grande papel na discussão, influenciando no resultado final do concílio”.
"Rapidamente e a parte, Alexandre e Atanásio reuniram-se com a maior parte dos que estavam no concílio, por perceberem que dependeriam deles para oficializarem um credo; e eles determinaram usar aquele poder na formulação de uma declaração doutrinária como sendo a primeira a ser adotada, o que honestamente seria impossível para o grupo de Ário aceitarem isto, portanto, o melhor seria tentar agrada-los”.
"Na discussão, algumas das canções que Ário tinha escrito, foram lidas. Assim que à parte de Alexandre as ouviu, levantaram suas mãos, e em horror, então taparam seus ouvidos e fecharam seus olhos, pois não podiam se sujar com tamanha heresia”. (Pág. 347)
Note que esta mesma atitude foi usada por um grupo de pessoas na Bíblia.
Estevão fez um discurso em pouco tempo sobre a longa história judia e logo em seguida quando ele exclamou que eles eram culpados de assassinar o Filho de Deus. "Eles, porém, clamando em alta voz, taparam os ouvidos e, unânimes, arremeteram contra ele. E lançando-o fora da cidade, o apedrejaram. As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo". (Atos 7:57, 58).
"Logo o esboço de um credo foi trazido e assinado por dezoito bispos da parte de Ário; mas não durou o bastante para que existissem muitas cópias de modo que qualquer pessoa pudesse obter uma. Seus oponentes rapidamente rasgaram o documento em vários pedaços e expulsaram a Ário da assembléia com grande alvoroço e selvageria”.
Um credo introduzido por Eusébio
 "Eusébio de Cesareia o panegerista de Constantino, trouxe rapidamente uma proposta e apresentou uma crença que tinha surgido desta disputa e estava amplamente sendo difundida. Ele declarou que esta confissão de fé era uma que ele tinha aprendido na infância, do bispo de Cesareia, uma que ele aceitou em seu batismo, e a qual ele tinha ensinado durante toda a sua carreira de presbítero e também de bispo. Ele declarou como argumento adicional, acreditando que o mesmo seria de grande influencia no concílio, que' o credo tinha sido visto e aprovado pelo imperador, o amado do céu”.
Leu-se como se segue:
“Eu acredito em um Deus, o Pai Todo-poderoso, O criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, e em um Deus Jesus Cristo, a Palavra de Deus, Deus dos deuses, Luz das luzes, Vida das vidas, o único Filho gerado, o Primogênito de toda criatura. Gerado do Pai antes de toda a criação, e por quem foram feitas todas as coisas. Que para nossa salvação foi feito carne, e viveu entre os homens, sofreu e ressurgiu ao terceiro dia ascendendo ao Pai, e que voltará em glória para julgar rapidamente vivos e mortos. E nós acreditamos em um Espírito Santo. Acreditamos em cada um deles ser e ter existido, o Pai, só o Pai; o Filho, só o Filho e o Espírito Santo, só o Espírito Santo, igualmente como nosso Deus, enviado para seus discípulos, para todos os que lho pedirem em oração. Pelo que foi dito: ‘Ide e ensinai todas as nações, batizando-as no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’. Isto são as coisas que nós afirmamos, assim é, e assim nós pensamos, e que, por muito tempo temos asseverado. Assim, nós permaneceremos firmes nesta fé até a morte, amaldiçoando toda heresia que não seja religiosa. Nós pensamos estas coisas de nosso próprio coração e alma, desde o tempo em que nós soubemos, e desde quando nós pensamos até agora, assim temos dito em verdade, e damos testemunho disto no nome de Deus Todo poderoso, e de nosso Deus Jesus Cristo, e podemos demonstrar e provar, até mesmo persuadir que até nos últimos tempos é o que nós acreditamos e pregaremos”. (Pág. 347, 348)”.
Eusébio de Cesareia, o homem que apresentou este credo, escreveu um livro intitulado a História Eclesiástica de Eusébio. Neste livro, ele declara as suas convicções, que são as convicções que ele aprendeu quando criança e que ele ensinou ao longo da sua carreira. No livro ele declara:
“Como ninguém conhece plenamente o Pai, a não ser o Filho, assim ninguém por outro lado, pode conhecer o Filho completamente, a não ser o Pai, por quem foi gerado... à luz que existiu antes do mundo existir, a sabedoria intelectual... o Verbo vivo que no princípio estava com o Pai antes de toda a criação seja ela visível ou invisível, o primeiro nascido de Deus, o príncipe e líder do anfitrião espiritual e imortal do céu, o anjo do conselho poderoso, o agente executor das vontades secretas do Pai, o criador de todas as coisas com o Pai, o segundo motivo da origem do universo, juntamente com o Pai. O verdadeiro e único Filho do Pai, o Deus dos deuses e Rei de todas as coisas, que recebeu poder e domínio por ter divindade em si mesmo, e poder e honra do Pai. Ele revela o Pai e Criador como a origem de tudo, como seu comandante e soberano, mas ele é a palavra divina do Pai, o Filho que se tornou como um de nós, como o auxiliador sob o comando do Pai. Porém, o próprio Filho não é indiferente à adoração ao Pai. Ele é designado para ensinar o conhecimento do Pai e como Moisés, Ele obviamente fala segundo a vontade do Pai..., O segundo em grau de soberania e ordem, acima de tudo o capitão de todas hostes do Senhor”. (História Eclesiástica de Eusébio, páginas 15-17)”.
Está claro que Eusébio de Cesareia entendia também que Cristo foi gerado (nascido) do Pai antes de todas as coisas. Em seu livro ele cita Provérbios 8: 22-30 para provar o seu ponto de vista.
Na parte de trás do livro tem algo pouco mencionado sobre várias cartas escritas logo após o Concilio de Nicéia.
Compartilharemos porções de algumas delas com você. Veja a seguir esta que é um pedaço de uma carta escrita por Eusébio de Nicomédia: (Por favor, note como este é um Eusébio diferente daquele de Cesareia.).
"Nós nunca ouvimos de dois seres não-criados, nem de dividido em dois; nem temos aprendido ou acreditado que Ele pudesse sofrer qualquer coisa corpórea, mas que há um não-gerado, e outro como Ele verdadeiramente. Nós, não só acreditamos em Sua origem que não pode ser explicada em palavras, mas que não pode ser compreendida também”. (Carta escrita por Eusébio de Nicomédia. Uma Visão Histórica do Concílio de Nicéia, por Isaac Boyle, página 41).
A idéia estranha de que o Pai e o Filho são ambos não-gerados (sem início) era nova para as pessoas naquele momento. Elas sempre tinham entendido que há um não-gerado (sem início) e outro gerado por Ele (com um início). Este era o entendimento comum da maioria das pessoas na época, e antes do Concílio de Nicéia.
Continuemos com os eventos do Concílio de Nicéia. Eusébio de Cesareia apresentou rapidamente o credo que tinha sido amplamente difundido antes da controvérsia.
O Grupo de Ário aceita o credo
"Assim que [a declaração das convicções de Eusébio] foram lidas no concílio, todos da parte de Ário concordaram significativamente e por vontade própria resolveram subscrevê-la. Mas isto não agradou o grupo de Alexandre e Atanásio; que não desejavam muitas coisas. Por isso, estavam determinados a encontrar alguma coisa nas palavras Arianas que pudessem ser usadas contra eles". (Pág. 348)
Por favor, note que os Arianos estavam em harmonia com os ensinos dos cristãos antes do Concílio de Nicéia como apresentado no credo de Eusébio. Mas, isto ainda não agradou o grupo de Alexandre.
Então, "eles procuraram encontrar algum ponto ou alguma palavra nas quais eles poderiam rejeitar tudo isto. Observe que este credo não diz nada sobre a substância do Filho de Deus, e foi esta pergunta que havia motivado a reunião do concilio. Eusébio, bispo de Nicomédia, era o principal dos Arianos que assegurou um assento no concílio. Neste momento uma antiga carta foi apresentada na qual ele declarava que para aceitar o Filho como um ser não-criado, teria que se dizer que ele era de uma mesma substância (Homoousion) com o Pai, e dizer que Ele era de uma mesma substância, era evidentemente uma proposição absurda”.
"Isto deu ao grupo de Alexandre e Atanásio a oportunidade que eles desejavam; pois proveu da parte oposta o argumento necessário. Era a mesma palavra na qual eles estiveram todo o tempo insistido em adotar, e que um dos chefes daquele grupo tinha declarado que o uso da palavra naquele contexto era evidentemente absurda. Então, se eles deveriam insistir no uso daquela mesma palavra, isto certamente excluiria o grupo Ariano. A carta produziu uma excitação violenta. Encontraram o motivo que estavam procurando; a carta foi rasgada em pedaços para demonstrar uma indignação, e a frase que ele tinha se empenhado em rejeitar se tornou a frase que eles exaltaram para adotar.'.( Stanley', História  da Igreja Oriental, Leitura III, part. 22." (Pág. 349)
O Grupo de Alexandre tenta acrescentar ao credo
“Como Constantino já tinha aprovado o enunciado lido por Eusébio, a questão que o grupo de Alexandre levantou e tentou impor, foi de que, só se aprovaria o credo com a inclusão desta palavra em questão. Desta forma ambos os grupos, puseram suas esperanças no imperador. Atanásio e seus companheiros fizeram uma última consulta com ele, e nesta ultima reunião, ganharam o favor de Constantino. Porém, na próxima reunião do concílio, ele apresentou na assembléia o credo de Eusébio novamente, deu-lhe sua aprovação e sobre tudo ordenou que todos o adotassem. Mas, vendo que a maioria não aceitaria o credo de Eusébio da maneira como estava, Constantino decidiu ganhar o favor dos ortodoxos, inserindo no credo a palavra em discussão, e desta forma agradar ao grupo mais influente da assembléia. Constantino creu que este acréscimo poderia ajuda-los a vencer e mesmo sob pressão do medo, favoreceu-lhes. Era possível que os demais não o repelissem completamente. Assim ele conduziu a assembléia usando seu poder e influencia para induzi-los na aprovação do credo final, com o acréscimo da palavra em discussão, e professou ser, o protetor e o intérprete do novo credo”. (De Stanley' História da Igreja Oriental,' A Conferência, pag. 28.)
Constantino ordenou o acréscimo da palavra em discussão. O grupo de Alexandre e Atanásio, agora assegurados da autoridade do imperador, exigiu a adição de outras frases para o mesmo propósito, de forma que, quando finalmente o credo foi escrito por completo, fosse lido da seguinte forma:
Nós acreditamos em um Deus, o Pai Todo-poderoso, o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. E em um Deus Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado do Pai, só gerado, isto significa dizer, da substância do Pai, Deus dos deuses, Luz das luzes, mesmo Deus do mesmo Deus, gerado, não criado, enquanto sendo de uma mesma substância com o Pai, por quem foram feitas todas as coisas, tanto no céu como na terra; para nós os homens, e para nossa salvação, desceu, e foi feito carne, e foi feito o homem, sofreu, e ressurgiu no terceiro dia, entrou em cima nos céus, e de lá, há de vir julgar novamente os mortos. E acreditamos no Espírito Santo. Mas esses que dizem,' quando Ele não era,' e' Antes dEle ser gerado, que Ele não era, e que Ele entrou em existência do que não era,' ou que professam que o Filho de Deus é de uma pessoa diferente ou' substância.' ou que Ele é criado, ou mutável, ou variável, é amaldiçoado pela Igreja católica.' "Assim ficou o Credo original de Nicéia". (Pág. 349,  350)
Mais adiante novas alterações no credo
Este credo foi modificado de sua forma original. Por favor, note as mudanças que foram feitas. Veja a seguir uma cópia do Credo de Nicéia como se lê hoje:
“Nós acreditamos em um Deus, o Pai, o Todo-poderoso, criador do céu e da terra, de tudo aquilo é visto e não visto. Nós acreditamos em um Deus, Jesus Cristo, o Único Filho de Deus, gerado eternamente do Pai [leituras Originais: o Filho de Deus, gerado do Pai, só gerado], Deus de Deus, Luz da Luz, verdadeiro Deus do verdadeiro Deus, gerado, não criado, de um Estado com o Pai [leituras Originais: que significa dizer, da mesma substância do Pai]. Por Ele foram feitas todas as coisas. Para nós os homens e para nossa salvação Ele desceu do céu: Pelo poder do Espírito Santo, Ele nasceu da Virgem Maria e se tornou homem. Por nossa causa Ele foi crucificado sobe Pôncio Pilatos; Ele sofreu a morte e foi sepultado”. (O Usual da Massa)
Os católicos definem o termo "eternamente gerado" deste modo:
"A convicção Cristã é que o Cristo da história é o Filho de Deus, eternamente gerado por uma ação incessante do Pai". (Conte-nos Sobre Deus. Quem é Ele? Página 30, pelos Cavaleiros de Colombo).
Isto é o que a Igreja católica ensina hoje. Eles reivindicam que o termo, “eternamente gerado”, é que; Cristo foi gerado do Pai em uma ação incessante. Eles reivindicam que Cristo esteve no processo de sempre ser gerado no passado, ainda estar sendo gerado, e continuamente estará sempre sendo gerado no futuro. Eles adotaram esta idéia aparentemente em uma tentativa para reconciliar este ensino novo de que Cristo sempre existiu com as declarações claras da Bíblia de que Cristo foi gerado ou nascido de Seu Pai.
Note esta citação interessante levantada de uma carta escrita por Ário.
“Ele nos expulsou da cidade como ateus porque nós não consentimos com tais declarações, publicamente proferidas por ele, como se segue: 'Deus sempre é, o Filho sempre é. O Pai e o Filho são co-existentes. O Filho, não-criado, co-existe com Deus, e sempre é gerado: sem ser criado, gerando-O: [Nota: Parece ter havido um pouco de confusão de idéias na mente do bispo, se as palavras dele são informadas corretamente por Ário. É provável que o que se pretenda com esta passagem, é expressar o que é chamado de geração eterna do Filho. Porém, é uma frase pelo qual isto pode não ser considerado notadamente como uma perspicácia]. Deus não precede o Filho em pensamento, nem por um único momento. Sempre Deus, sempre o Filho. Do próprio Deus existe o Filho”.
É porque Eusébio, bispo de Cesareia, seu irmão e Theodotus e Paulinus, Athanasio, Gregorius e Aetius, e todos os bispos do Leste, afirmam que Deus é sem início, que existiu antes do Filho, que eles estiveram condenados, ". (Carta de Ário para Eusébio, Bispo de Nicomédia; tirado de “Uma Visão Histórica do Concílio de Nicéia com uma Tradução de Documentos”, por Isaac Boyle, páginas 39, 40.)
Como você pode ver, a nova idéia que Cristo co-existe junto com Pai não foi aceita de modo geral antes do Concílio de Nicéia, e nem depois que o concílio obrigou a todos os cristãos que adotassem esta nova teoria.
Note outra mudança que foi feita ao Credo de Nicéia desde a época em que foi escrito originalmente. Veja que a expressão ou termo “um com o Pai” foi acrescida no novo credo para descrever sua convicção atual de que o Pai e o Filho são o mesmo ser.
St. Austin escreveu;
"O Filho é uma Pessoa, e o Pai é outra; porém, eles não são constituídos de dois Seres, mas o Pai é o mesmo Ser que o Filho; quero dizer, o único verdadeiro Deus”. (Área. 36, em Joann)
Quando o primeiro Credo de Nicéia foi assinado pelos que estavam no concílio, alguns ficaram especificamente preocupados com o termo “da substância do Pai”.  Eles ficaram preocupados de que alguns poderiam levar isto para o significado de que o Pai e o Filho são o mesmo Ser. Por favor, note a colocação seguinte tirada de uma carta escrita por Eusébio de Cesareia.
"Quando esta forma foi ditada pelos prelados, suas expressões “da substância do Pai”, e' “consubstancial com o Pai,” não foi examinada e verificada antes. Então, conseqüentemente várias perguntas surgiram, e foram dadas as respostas, e o senso destas condições foi considerado cuidadosamente. Eles admitiram que as palavras "da substância" significou que o Filho era do Pai, mas não como uma parte do Pai [o mesmo Ser]. Nós pensamos bem, em como explicar esta doutrina piedosa, de que o Filho era do Pai; porém, não uma parte do Pai. Então, nós aceitamos a seguinte opinião; nem nós rejeitamos a palavra consubstancial, enquanto tendo a promoção da paz à vista, e estando ansioso para evitar uma divisão da certa convicção. Pela mesma razão, nós aprovamos também o uso das palavras procriado (gerado), não criado,' desde que a palavra criado, como eles disseram, não seja comum às outras criaturas que foram feitas pelo Filho, e com o qual Ele não tem nada semelhante; e que então Ele não é feito como esses que foram criados por Ele mesmo, mas, é de uma substância mais excelente que qualquer  ser criado. Os oráculos divinos nos informam, que Ele era do Pai, por um modo de geração que não pode ser concebida nem pode ser expressa por qualquer inteligência criada. Mas pela expressão ‘consubstancial com o Pai’, não há nada mais, a ser discutido, visto que o Filho de Deus não tem nenhuma similitude com seres criados, porém somente o Pai está em todas as coisas, por quem Ele foi gerado, e que Ele não é de nenhuma outra substância ou essência procedente do Pai. A proposição é que assim seja explicado, é justamente isto que nós pensamos que poderíamos consentir”.
“Finalmente nós abraçamos sem ressalva adicional, essas expressões que foram achadas para ser incriticável, quando, em um exame sincero do sentido das palavras, a nós, pareceu que eles concordaram completamente com essas admissões sozinhos, na exposição da fé que propusemos no princípio”. (Retirado de uma carta escrita por Eusebius Pamphilus de Cesareia para a igreja de Cesareia em Uma Visão Histórica do Conselho de Nicéia, com uma Tradução de Documentos, páginas 44-46 por Isaac Boyle).
Está muito claro que Eusébio de Cesareia não acreditava que Cristo era de qualquer forma um ser criado, mas que ele foi procriado (gerado) do Pai, fazendo-O assim de uma natureza muito mais alta que qualquer ser criado. Também é interessante notar que Eusébio de Cesareia estava escrevendo aos Arianos, defendendo sua assinatura no credo. Esta visão não parecia estar contra as convicções dos Arianos. Também, a sua convicção que Cristo foi gerado em lugar de criado foi aceito pelo grupo de Atanásio com satisfação de modo a lhe permitir continuar em sua posição como um bispo.

Eusébio escreveu, que pareceu a ele e aos seus companheiros, que as expressões “da substância do Pai” e “consubstancial com o Pai” eram completamente concordantes com o que ele (Eusébio) tinha trazido primeiro como uma declaração de convicções e que todos os Arianos concordaram em subscrever.

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